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Sem destinação prevista, um terço da Amazônia pode cair nas mãos do crime ambiental

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Pesquisa do Imazon revela que política de ordenamento territorial é urgente para evitar privatização de terras públicas

Dos 5 milhões de quilômetros quadrados da Amazônia Legal, quase 1,5 milhão não têm destinação informada pelo poder público. Essas “terras de ninguém” correspondem a quase um terço do bioma e podem cair na mão dos criminosos ambientais, caso uma política de ordenamento territorial não seja aplicada. 

O alerta é do Relatório da Amazônia 2030, uma pesquisa feita pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). A pesquisa estima que aproximadamente 170 mil quilômetros quadrados de floresta constam de cadastros fundiários feitos por pessoas que se apresentaram como donas dessas terras, mas que na verdade são públicas.

Brenda Brito, pesquisadora do Imazon e autora do Relatório da Amazônia 2030, explica que já há mecanismos legais que permitem a destinação correta das terras, mas falta vontade política para colocar em prática o plano de reordenamento territorial. 

“Considerando a Constituição federal e várias leis que incidem sobre a questão fundiária, a gente já tem leis existente para destinar as terras públicas de uma forma que iniba a grilagem, que é essa prática de ocupação ilegal. E, da mesma forma, que promova o uso sustentável e o reconhecimento dos direitos prioritários”, diz Brito.

Áreas devem ser destinadas a povos tradicionais 

Segundo a pesquisadora, a prioridade na ocupação das áreas deveria ser principalmente de indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais, mas também com destinação para Unidades de Conservação, como Florestas Públicas, áreas de agricultura familiar e outras atividades de cunho social.

O impacto positivo dessa mudança não seria válido apenas para os beneficiários diretos, mas sim para todo o planeta. grande parte do desmatamento ocorre nas terras não destinadas. O desflorestamento é uma das principais fontes de carbono, que vai para a atmosfera, potencializando o aquecimento global e as mudanças climáticas, segundo a pesquisadora do Imazon.

“Pensando em mudanças climáticas, o grande impacto seria realmente tentar conter esse desmatamento que é causado pela prática de grilagem de terras. A gente estima que 40% do desmatamento ocorra nesses territórios sem destinação fundiária, em média”, explica.

“Então é um indício de que essas áreas estão sendo de fato ocupadas visando a obtenção e a apropriação desse território. E é por isso que é importante que é a gente tenha essa destinação para retirá-las desse alvo da grilagem”, reafirma. 

Destinação correta é questão de sobrevivência para ribeirinhos no AM

No rio Manicoré, no Amazonas, ribeirinhos que vivem na região há séculos cansaram de esperar o poder público promover a regularização das terras. No ano passado, o Brasil de Fato acompanhou o grupo durante uma expedição que documentou a extração ilegal de madeira, fruto da chegada do arco do desmatamento na região. 

As evidências serviram para embasar um pedido de Concessão de Direito Real de Uso (CDRU), que foi entregue pelo governo do estado às comunidades. A conquista é um passo importante para a criação de uma Unidade de Conservação (UC) no local, reivindicação levantada pelos ribeirinhos há mais de 10 anos. 

Jolemia Chagas, ribeirinha do rio Manicoré e pesquisadora da PUC, diz que a destinação correta das terras vai garantir segurança, saúde e educação aos extrativistas e agricultores da região.

“Para o Estado promover políticas públicas em territórios como nosso, a gente sabe que temos que demandar com muito mais força. Em unidades de conservação, isso funciona de forma mais eficaz, no sentido de Estado se comprometer. Esse é um direito das comunidades”, avalia.

Edição: Rodrigo Durão Coelho

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Comissão Comunitária da 35ª Festa Nacional da Uva anuncia jurados do concurso

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A escolha de Rainha e Princesas na noite de 23/08, no ginásio do SESI, contará com sete jurados representativos de diferentes setores

Sete nomes de destaque em diferentes áreas integram o grupo de jurados que vai escolher Rainha e Princesas da 35ª edição da Festa Nacional da Uva, em concurso a ser realizado neste sábado, 23 de agosto, no ginásio do SESI. O anúncio foi feito pela Comissão Comunitária da Festa, que apresentou os integrantes e explicou também os critérios a serem observados pelo júri na escolha, durante entrevista coletiva no Hotel Samuara, na véspera do grande dia.
A cerimônia do concurso começará a partir das 20h, com abertura dos portões do Ginásio do Sesi, a partir das 18h. Após os desfiles e durante o show do intervalo – neste ano a atração é o cantor Vitor Kley –, os jurados se reunirão para suas avaliações e a definição das vencedoras. Elas terão a missão de representar e de divulgar a Festa da Uva 2026, ao lado das embaixatrizes.
No concurso as embaixatrizes que concorrem ao título passam por diferentes avaliações. A primeira, com peso de 40%, é realizada pela Comissão Social da Festa da Uva durante todo o período de pré-concurso e inclui assiduidade, relacionamento interpessoal, gentileza, postura, habilidade em administrar conflitos, entre outros critérios.
A segunda avaliação é feita pelos jurados, com peso de 60% no total, sendo uma fase em entrevista com as candidatas sobre conhecimentos gerais sobre atualidades, política, economia, história do RS, de Caxias do Sul e da Festa da Uva, a cultura da uva, do vinho e das tradições, sobre turismo e divulgação da Festa. A outra fase será durante o desfile na passarela, quando serão levadas em conta desenvoltura, beleza, simpatia e elegância.

Os jurados:

Alice Salazar
Pioneira no Brasil no segmento de beleza e negócios na internet, possui marca de maquiagem com sua identidade e uma rede de franquias com mais de 40 lojas. É especialista em maquiagem, com cursos no Brasil e no exterior, como nas escolas Make Up Forever e Atelier Make-Up, em Paris, e em Dubai, na Escola da Kryolan; na Argentina e em renomados centros de Londres e Nova York. É professora de pós-graduação da PUC no curso de Estética e Cosmética. Desde 2010, Alice conquistou um grande público na internet e foi participante do reality O Aprendiz, na Band. Suas redes sociais contam com milhões de seguidores, e o canal no YouTube soma mais de 240 milhões de visualizações.

Edegar Scortegagna
Referência no setor vitivinícola brasileiro, é graduado em Enologia (Università degli Studi di Trento), na Itália. Atuou em vinícolas italianas e desde 2009, é o enólogo-chefe da Vinícola Luiz Argenta. Em 2020, foi eleito Enólogo do Ano. Presidiu a Associação Brasileira de Enologia, da qual é conselheiro. É sócio-fundador da Escola do Vinho ConceptWine e professor no curso de Enologia da Universidade de Caxias do Sul (UCS).

Fernanda Tochetto
É empresária, mãe, psicóloga, mentora, escritora best-seller e podcaster. Há 24 anos, trabalha impulsionando empresários com estratégia, posicionamento e vendas de alto valor. É fundadora do Grupo Tochetto e do Tittanium Club. Fernanda é também cofundadora da Mentoring League Society (MLS), a maior liga de mentores do Brasil, ao lado de grandes nomes.

Gabriela Markus
É comunicadora, mãe, esposa, modelo e Miss Brasil 2012 que conquistou o Top 5 no concurso Miss Universo, em Las Vegas. É gaúcha formada em Engenharia de Alimentos (Ufrgs) com pós-graduação em Psicologia Positiva, Ciência do Bem-Estar e Autorrealização, além da formação em Consultoria de Estilo. Recentemente, apresentou o Jornal da Pampa. Como empresária e influenciadora digital, compartilha em redes sociais reflexões sobre beleza, bem-estar e estilo de vida, equilibrando sua jornada com a maternidade.

João Candido Portinari
É engenheiro formado em Paris e Ph.D. (Massachusetts Institute of Technology). Foi um dos fundadores e diretor do Departamento de Matemática da PUC-Rio. Em 1979, concebeu e implantou o Projeto Portinari, empenhado no levantamento, catalogação, pesquisa e democratização do legado de Candido Portinari (1903-1962), de quem é filho único. Recebeu, junto ao Projeto Portinari, entre outros prêmios, a Ordem do Mérito Cultural, a Ordem Nacional do Mérito Científico, outorgadas pela Presidência da República, o prêmio Jabuti e a “Stella d’Italia”, uma das mais importantes comendas da República Italiana.

Matteus Amaral
Natural de Alegrete, no Rio Grande do Sul, é influenciador digital e foi vice-campeão do reality show Big Brother Brasil, edição 2024, da TV Globo. Orgulhoso de suas raízes, Matteus leva a cultura e os valores gaúchos para milhões de seguidores em todo o Brasil.

Simone Lazzari
Jornalista e especialista em Jornalismo Digital, Simone trabalha há 18 anos no Grupo RBS, como repórter, editora e apresentadora da RBS TV. Há 10 anos é apresentadora e também editora do Bom Dia Rio Grande. A jornalista trabalhou também na TVE e na Band TV.

Sobre a Festa da Uva
A 35ª edição da Festa Nacional da Uva será realizada entre os dias 19 de fevereiro e 8 de março de 2026, em Caxias do Sul (RS). Celebrando a cultura, a gastronomia e as tradições da imigração italiana, a Festa é um dos maiores eventos comunitários do Brasil.
O tema dessa edição é “Fruto de um sonho imigrante”, em homenagem aos 150 anos da imigração italiana no Rio Grande do Sul, destacando ainda os 135 anos de emancipação de Caxias do Sul e os 95 anos da própria Festa. A proposta é reforçar a participação popular como essência do evento, valorizando a diversidade e o sentimento de pertencimento.
O tradicional evento de Escolha da Rainha e Princesas ocorre no dia 23 de agosto de 2025, no Ginásio do SESI, e tem e tem Sicredi Pioneira, Supermercado Andreazza, Saltur Viagens e Turismo, Grupo People, Unimed Serra Gaúcha e Vantajão Atacado como patrocinadores, além de Mebrafe, Biglia Advocacia e Global Prime Wood como apoiadores.
Criada em 1931, a Festa Nacional da Uva é um símbolo da força e da identidade da Serra Gaúcha. Mais do que uma celebração da colheita, ela é feita por pessoas e para pessoas — unindo gerações em torno de um legado cultural que atravessa décadas. O evento conta com o patrocínio de Sicredi Pioneira, Supermercado Andreazza e Vantajão Atacado e o apoio da MEBRAFE, Global Prime Wood e Biglia Advocacia.

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Representante da RGE justifica aumento nas contas de energia

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A reunião reuniu a comunidade, vereadores e representante da concessionária diante do aumento das faturas.

A Comissão de Legislação Participativa e Comunitária da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul promoveu, nesta terça-feira (19), uma audiência pública para debater a alta nos valores das contas de energia. O encontro contou com a participação do consultor de negócios da RGE, Rafael Dala Brida, além de consumidores e representantes de órgãos de defesa do consumidor.

Casos de aumento extremo preocupam moradores

Entre os relatos apresentados na audiência, estão contas que saltaram de R$190 para mais de mil reais em apenas dois meses. Em outro caso, um consumidor que pagava em torno de R$130 passou a receber cobranças de R$700. O Procon de Caxias informou que já recebeu mais de 500 reclamações sobre a concessionária somente neste ano.

Justificativas da concessionária

Dala Brida afirmou que a RGE segue todas as normas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), com auditoria permanente. Ele destacou ainda que o consumo de equipamentos de alto gasto energético no inverno, como estufas, é um dos fatores que contribuem para a elevação das faturas.

O representante disse que a empresa vai analisar os casos apresentados. Se constatada cobrança indevida, a concessionária se compromete a devolver os valores em dobro, conforme determina a legislação.

Tarifas e bandeiras tarifárias pesam no bolso

Desde 19 de junho, a tarifa da RGE sofreu aumento de 14,11%. Além disso, está em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar dois, que acrescenta R$7,87 a cada 100 kWh consumidos. Esses fatores somados, segundo a concessionária, explicam parte dos valores mais altos nas contas.

Encaminhamentos

A audiência foi presidida pelo vereador Aldonei Machado (PSDB). A Comissão deve encaminhar à Aneel e ao Procon os depoimentos colhidos durante a reunião, como forma de pressionar por fiscalização e medidas que atendam às demandas dos consumidores.

Por: Henrique Barbosa

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Obras emergenciais interditam trecho no bairro Serrano

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Intervenção deve durar até 15 dias e exige bloqueio total do trânsito.

A Prefeitura de Caxias do Sul, por meio da Secretaria Municipal de Obras (SMO), iniciou nesta quarta-feira (20) uma intervenção emergencial na Rua Francisco Cipriani, esquina com a Travessão Leopoldina, no bairro Serrano. O motivo é o colapso estrutural de uma tubulação de grande porte, acompanhado da quebra da caixa de ligação que atravessa a via. Para viabilizar os reparos, o trecho foi totalmente interditado.

Complexidade da obra

De acordo com a SMO, os serviços envolvem escavações profundas para a substituição de tubulações com diâmetro de 1,5 metro, além da reconstrução da caixa de ligação. O porte da rede pluvial evidencia a complexidade técnica da obra. Máquinas pesadas, como escavadeiras hidráulicas e caminhões caçamba, estão em operação, aumentando a movimentação de veículos e equipamentos no Travessão Leopoldina.

Trânsito bloqueado e prazos

Durante a execução dos trabalhos, o trânsito permanecerá bloqueado na Rua Francisco Cipriani. A previsão inicial é de que as obras sejam concluídas em até 15 dias, prazo que pode variar conforme as condições climáticas e o andamento do serviço.

Prevenção de danos maiores

Segundo a Prefeitura, a ação busca restabelecer a segurança e a funcionalidade da rede, garantindo o escoamento adequado das águas pluviais e evitando riscos de novos danos à infraestrutura viária.

Por: Henrique Barbosa

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