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Educação

Equipe da Secretaria Municipal de Educação desafia invisibilidade de questões étnico-raciais a partir da rede pública de ensino em Caxias do Sul

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Núcleo permanente com estrutura ainda pouco difundida no país insere temáticas de identificação e pertencimento no cotidiano das escolas. Abordagem inclui rede estadual

Como todos os 31,5 mil estudantes de Ensino Fundamental da rede pública de Caxias do Sul, Sophya Domingues Marcos deve se apresentar em sua escola – neste caso, a Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Ruben Bento Alves, no Loteamento Vila Ipê – todos os dias, a partir das 7h30. Como muitos desses estudantes, ela se dá ao trabalho de pedir para o pai acordá-la cerca de uma hora antes do necessário, porque, afinal, não é de qualquer jeito que se vai para a aula quando se tem 13 anos e se está no 7º ano. Como vários desses estudantes, Sophya tem o cabelo escuro e cacheado. Só que ao contrário de tantos colegas de traços físicos semelhantes, sua intenção com o tempo extra de camarim em casa não é de esconder ou disfarçar os fios, mas valorizá-los em tranças preparadas com todo o cuidado. Mais do que uma turbinada na autoestima, o senso estético apurado e a inspiração nas raízes africanas lhe renderam também o prêmio no concurso que escolheu a arte para a logomarca de um novo núcleo implementado pela Secretaria Municipal de Educação (SMED): o QuERER – Qualificar a Educação para as Relações Étnico-Raciais.

“Quando saiu o resultado, ela ficou nervosa, porque não é uma coisa que acontece todo dia. Ela tem um talento para desenho e pintura que tu não imaginas. No quarto, pintou até nas portas e nas paredes. Nessa figura do prêmio ela se baseou em imagens africanas que passaram na escola, porque tem essa descendência por parte de mãe. Nós incentivamos, para ver se os filhos vão para a frente, porque não tivemos tanta sorte”, revela orgulhoso o mecânico de máquinas e eletrodomésticos Jorge João Marcos, pai da estudante.

A efígie feminina negra, de cabeleira espessa adornada por um pente-garfo vermelho, no centro de uma mandala colorida criada por Sophya representa agora o trabalho da equipe pedgógica da SMED que percorre todas as 83 Escolas Municipais de Ensino Fundamental, as 48 Escolas de Educação Infantil de gestão compartilhada e ainda presta suporte para a rede estadual no desafio diário (e a manutenção desta frequência é a primeira lição) de remover o véu de invisibilidade que cobre diferentes formas de preconceito impregnadas na sociedade. O QuERER entrou em operação em 2021, logo na retomada das atividades escolares após a interrupção provocada pela pandemia de Covid-19, com a atribuição específica de promover, orientar, coordenar e monitorar a educação das relações étnico-raciais.

“É um projeto de combate ao racismo e à intolerância às diversidades na sociedade brasileira assumido como política de Estado em 2003. Desde o ano passado e até o momento, realizamos encontros de formação e provocamos as equipes diretivas e coordenações pedagógicas para que estes profissionais, em um primeiro momento, entendam que vivemos em uma sociedade estruturalmente racista, que cada um possa se enxergar nesta sociedade e comece a pensar em mudança de posturas, em observar seu vocabulário, as expressões que usa…”, descreve a assessora pedagógica Joelma Couto Rosa, especializada em Psicopedagogia Clínica e Institucional – ela própria professora da rede municipal desde 2010, ex-coordenadora e vice-diretora de escola.

Rodas de conversa, teatro, produção de revista, documentário e gastronomia indígena

O trabalho do QuERER avança em diversas frentes na rede municipal de Caxias do Sul. Inicialmente, em 2001, fez-se uma abordagem com os gestores das instituições de ensino, para que eles pudessem multiplicar a informação com seus professores, a fim de que prepará-los para trabalhar o tema de forma mais profunda e objetiva com o público escolar. A cada dois meses, aproximadamente, o núcleo pedagógico da SMED oferece às escolas propostas de abordagem em torno da temática étnico-racial, à história e cultura afro-brasileira, africana e indígena. A metodologia utilizada é a da gamificação, por meio de desafios ou gincanas educativas.

Em outra frente, muitas escolas têm solicitado rodas de conversa e encontros de formação com os professores, porque muitos ainda manifestam receio em falar sobre racismo. É o caso, por exemplo, da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Ítalo João Balen, que atende aproximadamente 600 crianças e adolescentes.

“Solicitamos a assessoria para entender melhor como abordar o tema. É muito delicado e é complexo. O núcleo nos estimula a inserir a questão no dia a dia da escola e não apenas em novembro [mês da Consciência Negra], detectar, debater e mudar as relações com a participação dos alunos”, explica a coordenadora pedagógica Aline Turela.

Conforme a servidora, a aprovação por parte dos professores só não foi total, porque faltou tempo para ampliar ainda mais a conversa.

“As crianças vêm sem preconceito. Nós, adultos, é que muitas vezes corrompemos este vínculo. As pessoas exibem comportamentos de que não se dão conta. Precisamos reconstruir as relações”, afirma Aline.

Outra via de acesso já consagrada com a garotada é o teatro. Na EMEF Machado de Assis, o responsável por facilitar a abordagem da temática étnico-racial entre os estudantes da educação infantil até o 5º ano do Ensino Fundamental foi o Projeto Mudamundo.

“O teatro abriu as portas para trabalharmos outros temas. Os estudantes participam bastante, percebem a problemática e reagem, cada um a sua forma. Aqui estamos atuando no estágio da aceitação da identidade e do senso de pertencimento. As próprias crianças e as famílias nos procuram para abordar a questão”, relata a diretora Tânia Malvina Maineri.

Já na EMEF Engenheiro Mansueto Serafini, pode-se dizer que o trabalho de estudantes e professores, com o apoio do QuERER, ganhou dimensões mais palpáveis. As turmas de 6º e 7º ano produziram uma revista, publicada em formato digital, esmiuçando o impacto de questões étnico-raciais e do bullying no ambiente escolar. Os Chromebooks fornecidos pela Secretaria Municipal de Educação (SMED) foram a ferramenta de pesquisa e produção fundamental para os jovens editores.

“Foi muito significativo para os alunos negros pela apropriação, a identificação e a possibilidade de compartilhar ideias com colegas de outras etnias. Eles ficaram muito orgulhosos com o resultado. O mais importante é que eles construíram todo o processo”, comenta a diretora Gláucia Honorato.

Segundo a servidora, os estudantes lançaram mão de recursos que já conheciam e dominavam, mas que até então não percebiam que estavam relacionados aos temas de interesse. Os reflexos puderam ser sentidos de imediato no convívio do ambiente escolar.

“Percebemos uma mudança. Mais respeito, maior valorização da cultura, mais consciência do que consideravam brincadeira e seria ou não aceitável. Um olhar mais apurado, uma maior sensibilidade. Eles estão numa idade em que precisam dessa orientação. Entender que há diferenças de cultura, de modo de vida e tipos de corpos”, acrescenta Gláucia.

No entendimento da diretora, é preciso que a instituição de ensino mantenha esta perspectiva constante, em tempo integral.

“Até porque é um privilégio vivenciar a continuidade deste trabalho”, arremata.

As propostas do núcleo de educação étnico-racial da SMED para abordagem da temática são variadas. Em uma primeira missão, por exemplo, as escolas tinham de realizar um diagnóstico do perfil étnico-racial da comunidade escolar como um todo. Já na segunda etapa, houve a distribuição de kits de artesanato indígena M’Bya Guarani para o desenvolvimento de atividade pedagógica com as crianças/estudantes. Na EMEF Marianinha de Queiroz, após a utilização dos materiais em atividades de produção textual, história e matemática, terminou tudo em piquenique para as turmas de 4º e 5º ano, na floresta da escola – sim, a escola tem uma floresta. Entraram em cena o artesanato e a culinária indígenas.

“As crianças adoraram. Elas sempre gostam do que é diferente. Por meio da comida, eles se envolveram com a questão étnico-racial, em particular, dos indígenas, desde os anos iniciais, até os mais avançados. Trabalhamos o respeito, a cultura, os jogos, a influência e as tecnologias”, comenta a coordenadora pedagógica Taís Griffante.

Interessados pela problemática envolvendo racismo, preconceito e a urgência do respeito, os mais velhos produziram um documentário em vídeo, chamado Isso É Macumba (2017).

“Sempre se trabalhou muito em cima das datas – Dia dos Povos Indígenas, Mês da Consciência Negra. Mas o que precisamos agora é explorar estes assuntos ao longo do ano todo”, ressalta a servidora.

A questão é particularmente sensível para a comunidade da Marianinha de Queiroz. Atualmente, dos mais de 600 estudantes, mais de 20 são estrangeiros. Venezuelanos, senegaleses e haitianos são os imigrantes mais numerosos.

“Num primeiro momento foi difícil. Usamos os notebooks para tradução. Hoje já temos o entendimento de que precisamos instrumentalizá-los para que tenham condições de se adaptar à realidade do Brasil. Mas veja que não é uma só etnia. Negros, indígenas, imigrantes, precisamos trabalhar e envolver todos, sempre”, conclui Taís.

Conexão com a UFRGS e apoio para rede pública do Estado

Até o momento, desde 2021, o Núcleo Qualificar a Educação para as Relações Étnico-Raciais (QuERER) já alcançou as equipes diretivas, coordenações pedagógicas e professores lotados nas bibliotecas de todas as 83 escolas municipais de Ensino Fundamental de Caxias do Sul. Também envolveu todas as coordenações pedagógicas das 48 escolas de educação infantil ligadas ao município, além de 98 da iniciativa privada. Mas não considera o suficiente. Assim, buscou multiplicar parcerias. Atualmente, estão conectados à assessoria pedagógica da Secretaria Municipal de Educação (SMED) de Caxias do Sul profissionais da Rede de Promoção da Igualdade Racial, o Projeto Mudamundo, que oferece materiais pedagógicos e livros de literatura infantil em que o protagonista da narrativa é um menino negro, e a Fundação Marcopolo, com projeto coordenado pelo rapper e educador social Chiquinho Divilas.

E há, também, as parcerias que auxiliam com formações. É o caso do Departamento de Educação e Desenvolvimento Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Com o apoio da instituição foram realizados recentemente dois ciclos de lives reunindo temáticas sugeridas pelos próprios professores da rede municipal de ensino, onde viam maior carência de estudo. Na ausência de programa similar, as lives foram abertas aos colegas servidores da rede estadual.

“Os professores estão buscando se apropriar mais. Muitos não tiveram essa formação sobre a educação das relações étnico-raciais em sua Licenciatura. Agora estão buscando, porque ainda têm muito receio de como abordar. E essa é uma tarefa do núcleo também: subsidiar os professores, auxiliá-los com materiais, propostas, metodologias, para que eles possam entender as diversas formas de trabalhar com essa temática – que não é só nas datas específicas [20/11 ou 19/04]. Deve ser ao longo do ano, a qualquer tempo com os estudantes. Deve estar no currículo durante todo ano letivo. Há muita coisa para se trabalhar, desde a história, a cultura, trazer todas as contribuições destes povos para a constituição do Brasil”, explica a assessora pedagógica Joelma Couto Rosa, que já possui a formação UNIAFRO/UFRGS: Política de Promoção da Igualdade Racial na Escola.

Em relação aos estudantes, ela observa, a conversa já é outra:

“Quando fazemos estes momentos de conversa, eles querem falar, muitas vezes, expor situações que já vivenciaram. Há uma abertura para esta temática. Principalmente com os maiores. Com os pequenos é outra abordagem. Sinto que estão sedentos para falar. Eles querem falar sobre isso, se posicionar”.

Uma experiência neste sentido foi proporcionada justamente pela ponte estabelecida entre as redes públicas de ensino de Caxias do Sul e do Estado, por meio da SMED e do Núcleo QuERER. No início de agosto, estudantes do 9º ano de quatro escolas estaduais de ensino médio, com idades entre 13 e 17 anos, tiveram um desejo realizado. Uma sessão de cinema no Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU) Cidade Nova. Em cartaz, o sucesso oscarizado – e ainda mais com aura de lenda, após o falecimento do ator principal, Chadwick Boseman, vítima de câncer – Pantera Negra. A ansiedade da jovem plateia em seguir debatendo questões de raça, gênero, direitos humanos, conciliação e entendimento quase impediu que a atividade se encerrasse ao subirem os créditos do filme.

“Foi muito importante, muito significativo. O assunto não se esgotou. Todos os professores elogiaram e pediram mais oportunidades como esta. Os alunos querem mais espaço para dialogar sobre o tema. O pessoal da [Escola Estadual de Ensino Médio] Abramo Randon continuou debatendo ao chegar na escola. Eles pediram esse movimento após o filme. O debate pede passagem”, aponta a coordenadora regional da CIPAVE+4ªCRE, ligada à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Violência Escolar (CIPAVE) da 4ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Marivane Aparecida Carvalho da Rosa.

Bem longe de Wakanda, no mundo real, ao contrário de ser um dom para realizar grandes façanhas, a invisibilidade ganha contornos de um inimigo amargo e cruel – daqueles difíceis de se derrotar. Exceto com a rara combinação de paciência, inteligência e persistência:

“Costumamos falar muito sobre a presença negra e indígena em Caxias do Sul. A contribuição destas etnias na construção do município. Temos muitas referências neste sentido na cidade e muitas vezes isso não se fala. Caxias é um município plural também. E isso fica invisível muitas vezes. Sempre houve aqui uma presença negra e indígena muito forte. E precisamos enxergar estes invisíveis”, finaliza Joelma.

Fotos: Elisabete Bianchi

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Educação

SMED promove neste final de semana Blitz da Educação

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Evento tem como principal objetivo a “parada” para pensar as relações humanas e o acolhimento

A Secretaria Municipal de Educação (Smed), realiza na manhã deste sábado (09) a Blitz da Educação. O evento acontece em frente à Secretaria, na Rua Borges de Medeiros, 260, centro, das 9h às 12h .A Blitz da Educação é um movimento que sensibiliza o cuidado com as pessoas. Expressões como, “trazer para perto, encorajar, demonstrar que se importa, abraçar”, serão pautados pelos educadores que estarão acolhendo a comunidade em geral.

Para o diretor pedagógico da SMED, Vagner Peruzzo, “A Blitz da Educação é uma “parada” para pensar as relações. A necessidade de olhar nos olhos e dizer: que bom que você veio! Bom dia!.”

Durante toda a manhã a comunidade será recebida com diversas atrações como: música, banda marcial, espaço sensorial, contação de história pelo Sr. Elefante, da Plataforma Elefante Letrado, atividades de pensamento computacional (robótica), bolhas de sabão e muito mais, tudo preparado com muita alegria e diversão.

O evento é gratuito e aberto à comunidade. Em caso de chuva será cancelado.

Serviço:

  • O quê: Blitz da Educação
  • Quando: 09 de dezembro de 2023 – sábado, das 9h às 12h
  • Onde: Rua Borges de Medeiros, 260. (Em frente a Secretaria de Educação)

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Educação

Aberta a 39ª Feira do Livro de Caxias do Sul

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Na Leitura nos Encontramos até o dia 15 de outubro, na Praça Dante Alighieri

A maior festa literária da região teve a sua solenidade de abertura nesta sexta-feira (29), na Praça Dante Alighieri. Com o tema “Na Leitura nos Encontramos”, o coração da cidade estará pulsando no clima da 39ª Feira do Livro de Caxias do Sul até (15/10). No total, serão 17 dias com atividades gratuitas, nos espaços da Casa da Cultura, do Teatro Municipal Pedro Parenti, da Biblioteca Pública Municipal Dr. Demetrio Niederauer e da Galeria Municipal de Arte Gerd Bornheim.

A presidente da Associação dos Livreiros de Caxienses, Maria Helena Lacava, abriu os discursos da festa literária dizendo que o mais bonito é falar dos livros com o coração. “Eu, em 1988, na abertura da Feira daquele ano tentei fazer um discurso, mas eu fiquei tão nervosa e esqueci a metade do meu discurso. Desde lá então, agora eu não preparo nada, eu falo com meu coração e eu acho muito mais fácil, pois as palavras vem da alma e livros são isso, palavras da alma”, salientou Maria Helena que ao final da fala pediu uma salva de palmas ao livreiro Antônio Rossi, falecido no último dia (06/09) e que participou de 38 edições da Feira.

A Amiga do Livro 2023, a pedagoga e contadora de histórias, Aline Luz, fez de suas palavras uma contação de história. “Durante a pandemia que nós tivemos que ficar longe dos nossos entes queridos, eu criei um projeto chamado Contos ao Telefone. As pessoas me contavam histórias, me contavam um pouquinho dos seus amigos, dos seus entes queridos, e eu escolhia o conto, ligava pra pessoa e dizia: você foi presenteado com o conto ao telefone. E Eu já sabia o poder da palavra. Mas eu descobri que a palavra tem um poder muito leve. Então hoje, como a Amiga do Livro, eu reverencio todos os contadores de histórias, os contadores das histórias escritas e das histórias narradas, pois foi através deles que hoje eu sei o verdadeiro poder da palavra”, disse Aline.

O Patrono da 39ª Feira do Livro de Caxias do Sul, Francisco Michielin, falou em seu discurso da emoção em ser lembrado. “ Me sinto profundamente emocionado, intensamente grato. Mas essa homenagem eu tenho dito em outras ocasiões que para mim, sobretudo, é um prêmio à minha geração. Eu sou um fragmento da minha geração e, consequentemente, eles estão comigo”, disse o Patrono ao relembrar o início de sua carreira como escritor.

O cardiologista Dr. Michielin abriu seu coração, falou que foi na Praça Dante que sua vida literária iniciou e hoje ele abre a Festa da Literatura no coração da cidade. “ A Praça é pública é diversão e é do povo, e o livro tem que ser do povo. Querermos que todos venham para a praça, gostando ou não de livros, mas que venham ver, que venham absorver todo esse ambiente, pois a Festa já começou”, disse o Patrono.

Após a fala do Patrono, a secretária Municipal da Cultura, Cristina Nora Calcagnotto saudou a todos os presentes dizendo da imensa alegria de estar na abertura da Feira do Livro e do valor que ela tem para Caxias do Sul. “ Nosso objetivo principal é incentivar a leitura, dando protagonismo para o livro, para a literatura, para a leitura para todas as idades, para todas as pessoas e classes sociais, com muitas atividades culturais, de dança, música, teatro, artes visuais, com todas as suas formas de expressão. Fazer com que as pessoas tenham mais motivos para se aproximar da leitura”, disse a secretária.

Na sua fala, Cristina Nora Calcagnotto anunciou a campanha de arrecadação de livros para recompor as bibliotecas das cidades atingidas pelas enchentes. As doações podem ser entregues na Secretaria da Cultura e na própria Feira. A ação conta com o apoio da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).

Por fim, encerrando os discursos da noite, o prefeito Adiló Didomenico falou da importância da Feira do Livro, marco cultural do município. “A Feira nos transforma a cada ano que acontece, ela é mais que um simples encontro de leitores, autores e livreiros. Ela é um espaço de descoberta, de aprendizado e de compartilhamento de conhecimento. É um lembrete poderoso de que, independente das nossas histórias pessoais, a literatura tem o poder de nos unir, inspirar e enriquecer nossas vidas”, salientou o prefeito que completou ainda dizendo que os livros têm o poder de transportar para outras perspectivas e que neles encontramos respostas para perguntas e um convite à reflexão.

E às 18h45min, o momento mais esperado, o médico e escritor Francisco Michielin, Patrono da 39ª edição da Feira do Livro de Caxias do Sul e a Amiga do Livro, Aline Luz, tocaram a sineta abrindo a maior festa literária da Serra Gaúcha.

Após o encerramento do protocolo, o palco recebeu a cantora Tatiéli Bueno, que apresentou Tributo a Mercedes Sosa e emocionou o público presente. E às 20h, na Casa da Cultura, na Galeria Gerd Bornheim aconteceu a abertura da exposição “40 anos de Radicci”, de Carlos Henrique Iotti, que na oportunidade recebeu o prêmio Caxias do Sul, concedido pela Câmara Municipal de Vereadores. A exposição segue até (26/10).

A Feira vai promover mais de 300 atrações, como sessões de autógrafos, palestras, bate-papos, apresentações de música, teatro e dança, além da tradicional venda de livros a preços atrativos na Praça, em 17 dias. Ao todo, são 18 bancas neste ano: Livraria Clássica, Do Arco da Velha, Sebo só ler, Paulus Livraria, Livraria Rossi, Livraria da UCS, Editora da UCS (Educs), Fogaça Livraria, Cia do desenho – CLIP Caxias, Livraria Shalom, Mercado de Ideias, Livraria Correa e Bezerra de Menezes

Confira a programação da Feira do Livro pelo site

https://www.feiradolivrocaxias.com/programacao, ou acompanhe a Feira no Facebook (https://www.facebook.com/FeiradoLivrodeCaxiasdoSul/) e no Instagram https://www.instagram.com/feiradolivrocaxiasdosul/

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Educação

Secretaria Municipal de Educação (SMED) tem novo titular

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Responsável pela segunda maior rede municipal de ensino de todo o Rio Grande do Sul assume o posto nesta segunda-feira (3)

Foto: Acervo CVCS

Edson Paulo Theodoro da Rosa, 59 anos, natural de Caxias do Sul, graduado em Ciências Contábeis e pós-graduado em Marketing, vereador por quatro mandatos, presidente da Câmara de Vereadores em 2013, diretor por dois anos consecutivos da Escola do Legislativo e secretário municipal de Educação entre 2009 e 2011 estará novamente à frente da Secretaria Municipal de Educação (SMED) a partir desta segunda-feira (3). Edson sucede a Sandra Negrini, que comandou a pasta desde o início da atual gestão, em janeiro de 2021, até a última sexta-feira (1).

Anteriormente, do começo do governo até julho do ano passado, o novo titular da Educação de Caxias do Sul já havia atuado como diretor do Banco de Alimentos, onde participou diretamente da implementação da Cozinha Experimental. Agora, assume a missão de liderar a maior secretaria do município e a segunda maior rede municipal de ensino de todo o Rio Grande do Sul – atrás apenas da de Porto Alegre –, com mais de 45 mil estudantes e cerca de quatro mil servidores.

“Acredito muito em construções coletivas e é assim que desejo trabalhar. Acima de tudo, com muito respeito, muito diálogo e aproximação entre todas as pessoas que fazem a educação em Caxias do Sul. Tenho consciência de que o desafio é grande, de que há muito por fazer. Mas, por outro lado, vamos lembrar que o nosso quadro de profissionais é extremamente qualificado e que, mesmo nos momentos mais adversos, é capaz de grandes realizações. E é justamente por isso que, primeiro de tudo, queremos ouvir os nossos professores e equipes diretivas. Vamos conversar”, afirma Edson da Rosa.

Nos próximos dias, à medida que se apropriar das principais informações e dados atualizados em torno do andamento da pasta, o novo secretário deve sinalizar as primeiras linhas de trabalho, integrantes da equipe e respectivas atribuições.

“O Edson é um grande nome, já havia sido um colega secretário nos tempos de governo [José Ivo] Sartori, exatamente na Educação. Conhece a matéria e certamente vai trazer contribuições importantes para o município. A Educação é uma prioridade nossa, ao lado da Saúde. Uma pasta com um orçamento significativo e que tem demandas que crescem exponencialmente, muito em função do fluxo de pessoas que continuam vindo para Caxias do Sul, em grande volume, em busca de oportunidades. Queremos oferecer a todos as melhores condições para se desenvolverem e, consequentemente, fazer também o município evoluir junto nesta caminhada”, conclui o prefeito Adiló Didomenico.

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