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Valor de salário mínimo previsto na Constituição seria de R$ 6.527,67 em junho, segundo Dieese

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A Constituição de 1988 concebe a valorização de trabalho como uma fonte e uma finalidade do desenvolvimento nacional que deveria orientar a ordem econômica-social. Por esta razão estabelece que o valor do salário mínimo deve ser suficiente para manter uma família de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças, que equivalem a um adulto).

O Dieese estima que em junho este valor seria de R$ 6.527,67, ou 5,39 vezes o mínimo de R$ 1.212,00 vigente. É difícil imaginar como um assalariado que ganha o mínimo se vira para sobreviver. Em São Paulo muitos deles (e delas) não têm como bancar um aluguel ou mesmo um quarto de pensão e moram ao relento, na rua.

Isto tudo ocorre porque os capitalistas brasileiros, que constituem as classes que dominam a economia e a política nacional, são e sempre foram ao longo da nossa história furiosamente hostis a tudo que cheire a valorização do trabalho, aumento de salários ou redução de jornada, o que quando ocorre é invariavelmente resultado das mobilizações e lutas trabalhistas. Ressalve-se que a realidade não é muito diferente em outros países.

O cotidiano nas empresas e no movimento sindical, especialmente nas mesas de negociações coletivas em contexto de retrocesso, dão exemplos inequívocos a este respeito.

No campo de batalha da política nacional esta atitude das classes dominantes também transparece, não raro de forma violenta.

O aumento de 100% no valor do salário mínimo anunciado por Getúlio Vargas durante a celebração do 1º de Maio de 1954 provocou histeria nos círculos da direita e foi acompanhado pelo seu suicídio em agosto daquele ano.

Os militares deram o golpe dez anos depois, em 1964 com o propósito, entre outros, de arrochar o salário mínimo e acabar com a estabilidade no emprego, além de revogar a lei da remessa de lucros e impedir a reforma agrária e demais reformas de base anunciadas por João Goulart.

Política de valorização do piso nacional

A política de valorização do salário mínimo adotada pelo governo Lula em resposta à luta unitária das centrais sindicais também despertou ódio no meio empresarial (malgrado os seus efeitos extremamente positivos para a economia nacional) e contribuiu para acirrar os ânimos contra o governo de centro-esquerda que animaram o golpe de 2016, que em sua essência foi um golpe do capital contra o trabalho.

Os golpistas acabaram com a política de valorização do salário mínimo. Ao assumir o governo, o usurpador Michel Temer decretou reajustes inferiores à inflação para o piso nacional, política que teve continuidade no governo presidido pelo neofascista Jair Bolsonaro.

No rastro do mínimo depreciaram-se os salários em quase todas as faixas. O trabalho precário com retribuição inferior ao piso (como o degradante trabalho intermitente) foi estimulado e proliferou, de mãos dadas com o avanço da miséria, o que levou nosso castigado Brasil de volta do Mapa da Fome da ONU.

A pauta unitária da classe trabalhadora que dirigentes das centrais sindicais endereçaram aos candidatos e candidatas à Presidência e ao Congresso Nacional defende o restabelecimento da política de valorização do salário com o objetivo de concretizar e fazer prevalecer, ao longo do tempo, o espírito da lei ou da norma constitucional.

Um salário mínimo decente para quem trabalha não é apenas um imperativo do Direito do Trabalho e de justiça humana, social. É igualmente um remédio eficaz e potente para a crise econômica, ao contrário do que advoga a ideologia neoliberal. A valorização dos salários fortalece o mercado interno e estimula o crescimento da economia, além de elevar a produtividade do trabalho e a competividade nacional.

Custo da cesta básica aumenta em nove capitais

Como base do cálculo para definir o valor do salário mínimo necessário para junho, o Dieese realizou a pesquisa sobre a evolução do custo da cesta básica, destacando que em junho de 2022, o valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em nove das 17 capitais onde realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA).

No período, as cestas mais caras foram verificadas em São Paulo (R$ 777,01), Florianópolis (R$ 760,41), Porto Alegre (R$ 754,19) e Rio de Janeiro (R$ 733,14). Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente das demais capitais, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 549,91), Salvador (R$ 580,82) e João Pessoa (R$ 586,73).

Em 12 meses (entre junho de 2022 e junho de 2021), a comparação do valor da cesta mostrou que todas as capitais tiveram alta de preço. As variações oscilaram entre 13,34%, em Vitória, e 26,54%, em Recife.

Em junho de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças, que equivalem a um adulto) deveria equivaler a R$ 6.527,67, ou 5,39 vezes o mínimo de R$ 1.212,00.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido (após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social), verifica-se que, em junho de 2022, o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média 59,68% do rendimento para adquirir os produtos da cesta. O tempo médio de trabalho necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 121 horas e 26 minutos.

Acesso a íntegra da nota divulgada pelo Dieese aqui

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Público aprova as novidades do aniversário de Caxias

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Foto por Rodrigo Rossi

Bolo no pote para distribuição e bolo cenográfico com símbolos da cidade foram unanimidades

O público aprovou o bolo no pote, novidade do aniversário de 135 anos de Caxias, comemorado na tarde desta quarta (18), na Praça Dante Alighieri. De chocolate, com recheio de brigadeiro, chantilly e confeitos, o bolo foi executado novamente pela equipe do Senac. Apesar da chuva, a comemoração foi cheia de alegria e referência à campanha de pertencimento lançada pela Prefeitura “Sou caxiense de coração”.

Outra novidade que recebeu inúmeros elogios foi o bolo cenográfico para cantar Parabéns a Você. Confeccionado pela Arte&Tortas, o bolo de seis andares trouxe diversos símbolos da cidade como a casinha do Eberle, os bancos da praça Dante, os times de futebol e basquete, o vinho, o galeto, entre outros.

O aniversário da cidade é comemorado em 20 de junho, porém, como o dia cai no meio do feriadão de Corpus Christi, as comemorações foram antecipadas para o dia 18.

Em sua fala, o prefeito Adiló Didomenico relembro que, nesta data no ano passado, foram homenageados os voluntários que auxiliara a população de alguma forma durante as enchentes, “Um ano passou e trabalhamos muito para recuperar nossa cidade, nosso interior. Temos obras ainda em andamento. Além do aniversário deste ano, temos isso a comemorar, a nossa força e união para recuperar a cidade”.

Este ano, com a realização da Prefeitura de Caxias e a promoção das rádios MaisNova e Tua Rádio São Francisco, o apoio do Senac Caxias, Sindigêneros, Arte&Tortas e Festa da Uva S/A, outros parceiros se juntaram à ação do Bolo na Praça: Don Appio Pizzaria Forno à Lenha, Moguitur Viagens & Turismo, Multi Mercados, Orquídea, Sicredi Pioneira, Câmara Municipal de Caxias do Sul e Seminovos Movida.

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Codeca abre concurso público para 53 cargos

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Foto por Ricardo Finger, divulgação

Inscrições começam nesta terça-feira e podem ser feitas até 16 de julho

A Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca) abre nesta terça-feira (17/06) o Concurso Público 001/2025 para preenchimento de vagas existentes e que porventura abrirem durante o prazo de validade do processo. O edital contempla 53 cargos, com diferentes níveis de escolaridade e remunerações entre R$ 826,81 a R$ 12.903,00.

Há 72 vagas para contratação imediata, além de cadastro reserva. As inscrições são realizadas exclusivamente pela internet, por meio do site candidato.legalleconcursos.com.br, no período entre 17 de junho e 16 de julho de 2025.

Cargos em disputa

O Concurso Público contempla os seguintes cargos: Almoxarife, Almoxarife II, Almoxarife III, Analista de Comunicação, Assistente Social, Auditor Interno, Auxiliar de Limpeza, Auxiliar de Limpeza de Escola (22 h), Auxiliar de Limpeza de Escola (44 h), Auxiliar de Limpeza e Zeladoria – Terceirizado (30 h), Auxiliar de Limpeza e Zeladoria – Terceirizado (40 h), Auxiliar de Limpeza e Zeladoria – Terceirizado (44 h), Auxiliar de Mecânico, Auxiliar de Mecânico II, Auxiliar Geral, Borracheiro, Carpinteiro, Chapeador, Contador, Copeiro(a), Cozinheiro(a) (12×36 h), Cozinheiro(a) (30 h), Cozinheiro(a) (40 h), Cozinheiro(a) (44 h), Eletricista, Eletricista de Veículos, Encanador, Engenheiro Civil, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Engenheiro Mecânico, Laboratorista de Solo e Asfalto, Lavador, Lavador II, Mecânico de Caminhões II, Mecânico de Máquinas Pesadas, Médico do Trabalho, Merendeiro(a) (22 h), Merendeiro(a) (44 h), Nutricionista, Operador de Máquinas I, Operador de Máquinas II, Operador de Máquinas III, Operador de Usina, Pedreiro, Porteiro / Recepcionista, Psicólogo, Técnico em Agrimensura, Técnico em Contabilidade, Técnico em Eletrônica Automotiva, Técnico em Enfermagem do Trabalho, Técnico em Informática e Técnico em Segurança do Trabalho.

Taxas de inscrição

As taxas de inscrição dependem do grau de instrução requerido para a vaga pretendida:

– Ensino Fundamental Incompleto: R$ 50
– Ensino Fundamental Completo: R$ 60
– Ensino Médio Completo: R$ 80
– Ensino Médio Completo + Técnico: R$ 90
– Ensino Superior Completo: R$ 120

Requisitos obrigatórios

– Nacionalidade brasileira ou gozar das prerrogativas previstas em lei (Decretos nº 70.391/72 e nº 70.436/72 e Constituição Federal (§ 1º do Art. 12).
– Idade mínima de 18 anos na data de admissão.
– Escolaridade mínima exigida para o cargo pretendido.

Datas

– Prova Objetiva: 17 de agosto
– Prova de Títulos e/ou Qualificação Profissional: de 12 a 16 de setembro
– Homologação dos resultados finais: a partir de 31 de outubro.

Mais informações

Todas as informações do Concurso Público constam no edital publicado nos sites da Codeca e Legalle. Em caso de dúvidas, o candidato poderá entrar em contato pelo telefone e WhatsApp 0800 818 0001 ou pelo e-mail contato@legalleconcursos.com.br.

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Fundação Caxias apresenta nova casa de passagem para acolher pessoas em situação de rua em Caxias do Sul

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Com uma área de 4150 m², o local tem capacidade para receber cem pessoas, 24 horas por dia

Com a chegada do inverno e das baixas temperaturas, cresce a preocupação com as pessoas em situação de rua em nossa cidade. Pensando nisso, a Fundação Caxias apresentou nesta quinta-feira (29), em um evento simbólico com a presença de autoridades, voluntários e representantes da sociedade civil, a nova casa de passagem, que terá capacidade para acolher até cem pessoas, oferecendo atendimento 24 horas por dia.

Localizado na Rua Garibaldi, nº 248, no bairro Pio X, o espaço funcionará na sede da Fundação Caxias e receberá o nome de  N.Ó.S – Núcleo de Olhar Solidário. Com uma área de 4.150 m², o local vai muito além de um abrigo noturno. A proposta é oferecer acolhimento integral, com estrutura para higiene, dormitórios, alimentação completa, atendimento técnico e oficinas voltadas à capacitação profissional, promovendo dignidade e autonomia às pessoas em situação de vulnerabilidade.

Segundo o presidente da Fundação Caxias, Euclides Sirena, o espaço encontra-se em fase final de preparação e abrirá oficialmente no dia 6 de junho, às 8h30. “Este espaço representa muito mais do que um abrigo. É, acima de tudo, um símbolo de acolhimento, dignidade e esperança. Sabemos que, em momentos de vulnerabilidade, cada pessoa precisa de um olhar humano, de um espaço seguro e de oportunidades para recomeçar”, destacou Sirena.

A iniciativa nasce da parceria entre a Fundação Caxias, o projeto Mão Amiga e a Per Amore, com apoio de diversas entidades locais. A nova estrutura substitui a antiga Casa de Passagem Carlos Miguel dos Santos, que funcionava no bairro Fátima, ampliando significativamente a capacidade de atendimento e os serviços oferecidos.

Frei Jaime Bettega, fundador e diretor do Mão Amiga, ressaltou a relevância da localização e da proposta do espaço: “A rua não é residência para ninguém. Aqui, eles vão encontrar não apenas uma coberta e um lugar para dormir, mas também o calor humano de uma equipe preparada e dedicada”, pontuou.

O prefeito Adiló Didomenico também participou do evento e reforçou a importância do envolvimento da comunidade. “Peço acolhimento da vizinhança e da sociedade em geral. O compromisso com os mais vulneráveis é uma dívida social de todos nós. Que Caxias mantenha sempre esse espírito de fraternidade”, afirmou.

Representando o setor empresarial, Celestino Loro, presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul(CIC), classificou a inauguração como um marco histórico para a cidade. “Queremos transformar vidas pelo trabalho, pela dignidade, pela possibilidade de recomeço. Muitos não têm mais condições de escolher. A cidade precisa dizer: venha, que nós vamos cuidar de você”, concluiu.

Com a nova casa de passagem, Caxias do Sul dá um passo importante na construção de uma cidade mais humana e solidária. Mais do que um espaço físico, o Núcleo de Olhar Solidário representa um compromisso coletivo com a dignidade de todos.     

Crédito das fotos: Victória Zanrosso

Sobre a Fundação Caxias

A Fundação Caxias é uma entidade social sem fins lucrativos, fundada em 1969 pela iniciativa privada de Caxias do Sul, e tem como objetivo buscar a participação dos agentes locais no desenvolvimento de atividades que promovam a cidadania, bem como apoiar e articular programas permanentes de capacitação profissional e geração de renda. A Fundação Caxias realiza atividades em busca da inclusão social, com a promoção de ações sociais e acreditando que a solidariedade é uma das maneiras de promover as conquistas necessárias para o bem da comunidade.

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