A sexta-feira (28) marca o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais
Crédito: Divulgação/Ed Us/Unsplash
A próxima sexta-feira (28) marca o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. No Brasil, foram 750 mil casos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde de 2000 a 2022. É o que mostra o Boletim Epidemiológico, do Ministério da Saúde, divulgado neste mês. O tipo prevalente no país é o C (39,8%), seguido pelo B (36,9%). Ambas têm formas de transmissão em comum: por meio do contato com sangue contaminado, prática de sexo sem uso de preservativos, na transmissão de mãe para filho durante a gestão ou no parto. Os dois tipos também se tornam frequentemente crônicos, assim como a hepatite D (0,6% dos casos no país).
Conforme a infectologista Giorgia Torresini, que atua no Hospital do Círculo, a falta de diagnóstico é comum em pacientes com hepatite porque são, na maior parte das vezes, infecções silenciosas. “Isso faz com que a doença possa evoluir por décadas sem diagnóstico. O avanço da infecção compromete o fígado, e, como consequência, o paciente pode ter fibrose avançada ou cirrose. São doenças que podem levar ao desenvolvimento de câncer e necessidade de transplante do órgão”, explica a médica.
O Ministério da Saúde registrou no Brasil casos também de hepatite A (22,5%) e E (0,2%). Embora se diferenciem nas formas de transmissão e tratamento, os diversos tipos de hepatite podem apresentar sintomas semelhantes. “As hepatites podem causar alterações leves, moderadas ou graves no fígado. Entre os sintomas, estão cansaço, mal-estar, vômitos, dor abdominal, febre, tontura, enjoo, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras”, detalha Giorgia.
Os tratamentos são feitos de acordo com a cepa com que o paciente foi infectado. A hepatite B, por exemplo, não tem cura, mas o tratamento disponível no SUS reduz o risco de progressão da doença e as consequentes complicações. Para as hepatites C, o tratamento é feito com medicamentos chamados de antivirais de ação direta, que apresentam taxas de cura acima de 95%. Para os tipos A, D e E, não há tratamentos específicos, portanto o foco é no controle dos sintomas e do dano ao fígado.
Prevenção para hepatites A e E:
Lavar as mãos (incluindo após o uso do sanitário, trocar fraldas e antes do preparo de alimentos);
Lavar com água tratada, clorada ou fervida, os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos;
Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e peixes;
Lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras;
Usar instalações sanitárias;
No caso de creches, pré-escolas, lanchonetes, restaurantes e instituições fechadas, adotar medidas rigorosas de higiene, como a desinfecção de objetos, bancadas e chão. Recomenda-se o uso de hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária;
Não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto;
Evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios;
Usar preservativos e higienização das mãos, genitália, períneo e região anal antes e após as relações sexuais;
Para a hepatite A, a principal medida preventiva é a vacina.
Prevenção para hepatite B e D:
A principal medida preventiva é a vacina contra a hepatite B, que está disponível no SUS para todas as faixas etárias, e ajuda a prevenir também a hepatite D (é que a hepatite D ocorre em quem está com hepatite B);
Usar preservativo em todas as relações sexuais;
Não compartilhar objetos de uso pessoal, como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas, confecção de tatuagem e colocação de piercings.
Prevenção para hepatite C:
Não compartilhar com outras pessoas qualquer objeto que possa ter entrado em contato com sangue (seringas, agulhas, alicates, escova de dente, etc);
Usar preservativo nas relações sexuais;
Não compartilhar objetos utilizados para o uso de drogas.