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Guerra econômica: Rússia contorna sanções do Ocidente ou caminha para crise inevitável?
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3 anos atrásem
Dependência energética da Rússia leva UE a impasse na política de sanções, enquanto Moscou busca parcerias alternativas
Serguei Monin
Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

Desde março, ainda no primeiro mês da Guerra da Ucrânia, países ocidentais aplicam uma política de sanções sem precedentes contra a Rússia, na tentativa de pressionar Moscou a recuar de suas ações em território ucraniano. No que diz respeito aos rumos da operação militar russa, parece ficar cada vez mais claro que as restrições econômicas não tiveram o efeito desejado.
Isso, portanto, coloca a questão de se a Rússia está conseguindo resistir às sanções ou se o país deve se preparar para uma grave crise econômica em um futuro próximo.
Desde o início da guerra na Ucrânia, a Europa busca maneiras de atingir o setor energético russo. Os principais motivos da resistência da economia russa diante dessas sanções são a grande dependência que a União Europeia tem do gás russo e a alta no preço do petróleo.
O presidente russo, Vladimir Putin, declarou na semana passada que a política de “contenção e enfraquecimento da Rússia é uma estratégia de longo prazo do Ocidente, e as sanções deram um duro golpe em toda a economia global”.
“Os europeus estão tentando substituir os recursos energéticos russos, mas o resultado de tais ações é bastante previsível: o aumento do preço à vista do gás e o aumento do preço para consumidores e famílias. Isso demonstra mais uma vez que as sanções contra a Rússia prejudicam mais os países que as implementam”, afirmou.
Passados mais de quatro meses da guerra na Ucrânia, a suspeita de que o Ocidente chegou no limite da pressão que é capaz de exercer contra a Rússia não é mais mera retórica do Kremlin para o consumo interno, algo que pode fazer para sustentar suas operações militares. A ideia de que a União Europeia enfrenta um impasse na guerra econômica contra a Rússia ganha força.
Na última terça-feira (12), um conjunto de economistas da fundação “Expertise, Analysis & Policy Network – Re: Russia” em parceria com o portal “The Bell” publicou o estudo “Efeito da conservação: como as sanções contra a Rússia funcionam e não funcionam”.
Ali, concluem que “raramente as sanções contra determinado país ajudam a mudar sua política”. De acordo com o texto, “o mundo luta há décadas pela globalização e pela eliminação das barreiras que impediam a circulação de capitais e mercadorias”. E segue: “Por causa disso, as medidas contra uma economia em particular são muitas vezes ‘espalhadas’ para outras”.
Em entrevista ao Brasil de Fato, o economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada da Academia Russa de Economia Nacional, Andrey Zubarev, explicou que a alta dependência energética que a Europa tem da Rússia, combinada com a dinâmica dos preços do petróleo, cria uma espécie de “jogo” em que os efeitos das ações do Ocidente geram um equilíbrio para a balança comercial russa.
“Sim, o Ocidente vai comprar menos petróleo russo, mas todos entendem perfeitamente que se cortarem totalmente a sua compra, o petróleo ficará mais caro. Então [a Rússia] pode vender menos, mas mais caro. E com o gás é a mesma coisa. Por isso, ok, o volume de exportações diminuiu, mas o preço ficou mais alto, sobretudo o gás. Assim, esses efeitos acabam se equilibrando mutuamente. Então foi possível para a Rússia contornar grandes perdas nesse estágio”, destaca o pesquisador.
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O estudo “Efeito da conservação” informa que, em maio, “devido ao aumento dos preços da energia, a inflação anual na zona do euro subiu para 8,1%, e o déficit do comércio exterior da UE atingiu um nível recorde na história da organização, chegando a € 32,4 bilhões”, acrescenta.
Adeus, Europa; reorientação para a Ásia
O primeiro plano concreto para eliminar gradualmente a dependência de combustível russo foi anunciado pela União Europeia em 8 de março. De acordo com o documento, até o final de 2022, a UE deverá reduzir o consumo de gás russo em 67%. Para isso, a estratégia prevê encontrar novos fornecedores e economizar no consumo de combustível.
Já em relação ao petróleo, a organização de Estados se comprometeu a cortar 90% da compra do petróleo russo até o final de 2022. Apesar do volume de exportações do petróleo russo ter caído 15% em junho, estudos mostram que nos 100 primeiros dias após o início da guerra, a Rússia faturou cerca de 93 bilhões de euros com exportações de combustíveis fósseis.
As restrições econômicas fizeram com que a Rússia reorientasse suas exportações para a conquista de novos mercados. Com isso, Moscou aumentou as exportações energéticas para a Índia em cinco vezes entre março e maio, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Já com a China, as exportações de petróleo dobraram no último ano.

Os ministros Serguei Lavrov e Wang Yi afirmaram que relações entre Rússia e China se fortaleceram em meio à “turbulência internacional” / AFP
Para conquistar novos parceiros como a Índia, ou incrementar o comércio com a China, a Rússia ofereceu descontos nas vendas do petróleo de até 30 dólares o barril. Para o economista Andrey Zubarev, esta política comercial tem ajudado o governo russo a contornar as sanções europeias, no entanto, não deixa de oferecer risco à economia russa a longo prazo.
“Outras regiões querem comprar [o petróleo russo], mas eles também racionalizam, não são bobos e dizem: ‘ninguém quer comprar o seu petróleo. É claro que nós podemos comprar, mas com desconto’”, diz Zubarev.
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De acordo com ele, estudos mostram que o desconto no insumo tem um efeito bastante substancial na economia. “Cerca de 20% de desconto no petróleo pode gerar uma queda de cerca de 1,5% do PIB, isto só por conta do desconto. Isso é bastante coisa”, completa.
Crise no longo prazo
Embora o cenário atual corrobore com o discurso oficial do Kremlin e crie a aparência de que a economia russa está sob controle, análises mais cautelosas indicam que os efeitos das sanções podem ser sentidas no longo prazo.
De acordo com o estudo do “Re: Russia”, um dos principais golpes que o país pode sentir no horizonte é a restrição sobre a importação de alta tecnologia.
“Aqui, as restrições podem afetar a economia por muitos anos. Na Rússia, toda a produção que atende aos padrões modernos é resultado do empréstimo e adaptação de tecnologias e equipamentos mundiais. Se não houver abastecimento, o país ficará em ‘isolamento tecnológico’”, aponta o relatório, citando o ex-chefe do Serviço Federal de Mercados Financeiros da Rússia, Oleg Vyugin.
A competitividade da economia e seu desenvolvimento inovador são determinados, entre outras coisas, por pequenas e médias empresas de alta tecnologia, que representam cerca de 20% do PIB da Rússia. No início de 2022, havia quase 5,9 milhões de pequenas e médias empresas no país, empregando 14,7 milhões de trabalhadores.
Com as sanções aplicadas pela comunidade internacional após 24 de fevereiro, o acesso às mais recentes tecnologias, equipamentos e base de componentes foi severamente afetado, atingindo particularmente o setor de TI. De acordo com várias previsões, o volume do mercado de TI russo em 2022 pode ser reduzido em 39%.
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O economista Andrey Zubarev observa que a continuidade da política de sanções vai gerar sim um maior vínculo da Rússia com países como a Índia e a China. No entanto, o pesquisador ressalta que estes países “não vão conseguir substituir as importações de alta tecnologia que a Rússia recebia da Europa e dos EUA”.
“Eu não acredito que o mais ambicioso dos programas de substituição de importações pode, em 5 ou até 10 anos, levar a Rússia a ser uma economia fortemente competitiva e produzir algo interessante. Não, isso não é possível”, acrescenta.
De acordo com o pesquisador, as sanções não afetaram tão fortemente a Rússia no curto prazo, como era desejado por EUA e UE. Mas seu efeito substancial ainda está por vir, já que “o seu efeito prolongado nós ainda vamos observar pelo menos até o final de 2023. Isso é fato”.
Edição: Arturo Hartmann
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Proclamação da República: comércio aberto com autorização
Publicado em
1 dia atrásem
07/11/2025
Empresas devem emitir o certificado no site do Sindilojas Caxias
O Sindilojas Caxias informa que o comércio varejista de Caxias do Sul, Antônio Prado, Flores da Cunha, Nova Pádua e São Marcos poderá atender os clientes com a presença de funcionários no feriado da Proclamação da República, no sábado, dia 15 de novembro. Para atender regularmente, as empresas da categoria, associadas ou não, devem emitir o certificado a partir da terça-feira, dia 11 de novembro, que pode ser impresso no site da entidade por associados em dia com o setor financeiro.
Pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2025/2027, os funcionários podem cumprir jornada de turno único de, no máximo, seis horas, com prêmio de R$ 161,00 para Caxias do Sul, Flores da Cunha e Nova Pádua e de R$ 147,00 para São Marcos, o valor do bônus pode ser pago ao final da jornada ou na folha de pagamento do respectivo mês. Ficando neste caso, suprimido o direito à folga compensatória. Os comerciários não sindicalizados são beneficiados apenas com folga antecipada, sem pagamento de bônus.
A emissão do certificado é uma garantia aos estabelecimentos comerciais que evita uma multa de R$ 1 mil a R$ 20 mil, variando de acordo com a gravidade da infração. A empresa autuada tem o prazo de 48 horas para fazer uma defesa escrita.
Já para o município de Antônio Prado, CCT 2025/2027 garante a possibilidade de funcionamento com jornada de até seis horas e concessão de folga compensatória, além do pagamento de bônus no valor de R$ 70,00 por empregado.
O Sindilojas Caxias reforça a importância do planejamento para o funcionamento do comércio nos feriados, garantindo o atendimento aos consumidores e o cumprimento das normas trabalhistas. A assessoria jurídica do sindicato está disponível para esclarecimentos pelos telefones (54) 4009.5517 ou (54) 99700.2555 e pelo e-mail juridico@sindilojascaxias.com.br.
Certificado estará disponível a partir de 11 de novembro
Para os associados categoria Comércio Varejista em dia com o setor financeiro, a emissão do certificado é gratuita e pode ser feita pela Central do Associado. Não associados devem fazer a solicitação pelo e-mail contasareceber@sindilojascaxias.com.br até dia 13 de novembro, às 12h, com o pagamento do valor de R$ 99,00 por CNPJ. O certificado será enviado por e-mail após o pagamento, sendo necessário estar regularizado em relação à contribuição negocial/assistencial.
Informações podem ser obtidas pelo telefone (54) 4009.5519 com Tiane (associado Sindilojas Caxias) e pelo e-mail contasareceber@sindilojascaxias.com.br (categoria).
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A Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan) Caxias do Sul participa ativamente do “Novembro Azul”.
Publicado em
1 dia atrásem
07/11/2025
Mês dedicado à conscientização e prevenção do câncer de próstata. Com o lema “Nós acreditamos que a prevenção salva vidas”, a unidade realiza uma série de atividades abertas à comunidade, reforçando a importância do diagnóstico precoce e do autocuidado masculino.
Durante todo o mês, a Aapecan Caxias promove ações de sensibilização, informação e integração, que incluem:
Exposição “Os Invictos” – de 10 a 30 de novembro, na Galeria Universitária da UCS (sede Caxias do Sul). A mostra traz histórias inspiradoras de homens que enfrentaram o câncer com coragem e fé, representando força e superação.
Mateada Rosa e Azul – no dia 22 de novembro, das 13h às 16h, no Parque Municipal Getúlio Vargas (Parque dos Macaquinhos). O evento contará com atrações para toda a família, música, atividades de bem-estar e um ponto de arrecadação de alimentos para as cestas natalinas dos usuários da Aapecan.
Blitz Azul – no dia 29 de novembro, em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), com o objetivo de dialogar com a população sobre prevenção, exames e o cuidado com a saúde do homem.
Em anexo, enviamos o release com as informações completas da nossa programação e depoimento do nosso usuário.
Associação de Apoio a Pessoas com Câncer – Aapecan
Fone/Whatsapp: (54) 98115-7508 ou (54) 3026-9546
Site: www.aapecan.com.br
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Festa da Uva marca presença em congresso internacional
Publicado em
3 dias atrásem
05/11/2025
Participação reforçou o convite para conhecer Caxias do Sul e a cultura da Serra Gaúcha
A abertura do XV Congresso Internacional de Jornalistas e Profissionais do Turismo, realizada nesta segunda-feira (3), em Caxias do Sul, contou com a presença da Rainha Elisa dos Santos Pereira D’Mutti e das Princesas Júlia Dallegrave Scopel e Letícia Comin da Silva, representantes da Festa Nacional da Uva 2026.
A participação do trio simboliza o compromisso da Festa com o fortalecimento do turismo e a promoção da Serra Gaúcha como um dos principais destinos culturais do país. Além disso, reforça o convite para que participantes de todas as regiões e nacionalidades conheçam Caxias do Sul e prestigiem a 35ª edição da Festa da Uva, que será realizada de 19 de fevereiro a 8 de março de 2026, no Parque de Eventos Mário Bernardino Ramos.
De acordo com Carla Pezzi, diretora-executiva da Festa da Uva, a presença no evento é estratégica para ampliar a divulgação da próxima edição e fortalecer conexões com o trade turístico. “Esses encontros aproximam a Festa da Uva dos profissionais que ajudam a promover o turismo no Brasil e no exterior. É uma oportunidade de apresentar nossa cultura e hospitalidade”, destaca Carla.
O Congresso Internacional de Jornalistas e Profissionais do Turismo, que ocorre de 2 a 7 de novembro, reúne comunicadores e profissionais do setor de diferentes regiões do Brasil e de outros países, promovendo uma troca de experiências e debates sobre o fortalecimento do turismo nacional.
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