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Fundação Marcopolo realiza simpósio”O Futuro Que Queremos”Palestras, painéis e debates no UCS Teatro trazem a Caxias do Sul pensadores para refletir e planejar soluções coletivas para as cidades

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A escolha de futuros coletivos para as cidades, pensando na perspectiva do convívio social e da qualidade de vida em tempos de crise climática, é um dos principais focos do simpósio “O Futuro Que Queremos”, que a Fundação Marcopolo realiza nos dias 19 e 20 de agosto, no UCS Teatro. A atividade traz a Caxias do Sul Santiago Uribe Rocha e Jean-Edouard Tromme, dois dos principais nomes responsáveis pela transformação da cidade de Medellín em modelo internacional através do investimento em educação e cultura. Também estará no simpósio o biólogo Átila Iamarino, referência nacional na comunicação sobre Ciência pelas redes digitais, e o jornalista Caco Barcellos, idealizador do programa Profissão Repórter, da Rede Globo. Painéis também focarão projetos sociais que são destaque em Caxias do Sul e os diálogos possíveis para a transformação social e segurança pública.
Durante dois dias, pensadores e cientistas de diversas áreas realizarão palestras e debates para, como sugere o nome do simpósio, pensar na escolha do futuro que queremos. Na segunda-feira à tarde o biólogo Átila Iamarino, destaque no YouTube com seus 1,6 milhões de seguidores para temas ligados à Ciência e Educação, vai falar a professores e estudantes sobre a crise climática e, à noite, aborda o tema da Inteligência Artificial na vida contemporânea.
Na terça-feira pela manhã, o antropólogo e pesquisador social Santiago Uribe Rocha fala sobre o futuro das cidades e, na sequência, o cientista político Jean-Edouard Tromme debate o futuro da Inovação ao lado Diretor de Estratégia e Transformação Digital da Marcopolo João Paulo Pohl Ledur e da bióloga Scheila de Avila e Silva. Santiago e Jean-Edouard são nomes ligados à transformação de Medellín, na Colômbia, de uma cidade sitiada pelo tráfico e a violência em destaque mundial pelos investimentos em Educação e Cultura. À tarde o rapper e escritor Chiquinho Divilas e o Tenente Coronel Ricardo Moreira de Vargas conversam sobre a transformação social e a segurança pública. Na sequência, com mediação do jornalista Carlinhos Santos, serão apresentados projetos sociais de Caxias do Sul e o jornalista Caco Barcellos, do Profissão Repórter, aborda o embate sobre cidadania e desigualdade na formação do brasileiro do futuro com mediação do jornalista Marcelo Mugnol.
Concebido para pensar em escolhas de futuro coletivos – sem contar com o acaso -, o simpósio O Futuro Que Queremos busca debater questões fundamentais para a vida contemporânea, como destaca o Coordenador da Fundação Marcopolo, Luciano Balen:
“Encontramos em Medellin uma forma de ser e viver em que a sociedade se organizou: educação, cultura cidadã, esporte, geração de trabalho de qualidade, mobilidade urbana, inovação tecnológica e social, indústria do turismo. Há 20 anos era a cidade mais violenta do mundo. Hoje figura entre as mais inovadoras do planeta. Como fizeram isso? Com muita organização. Desde que somos crianças fazemos escolhas de futuros individuais, poucas vezes somos preparados para pensar de forma coletiva. O simpósio nasce dessa observação, Medellin é uma cidade onde o censo de cidadania é nítido em todos. O futuro da cidade pertence a todos nós, mas a juventude tem mais futuro a ser vivido. É para ela que temos que trabalhar. Como diz a canção, um mais um é sempre mais que dois. Vamos precisar de todo mundo. Afinal, para que serve a cidade se não para ser ele lugar de desenvolvimento de pessoas, ideias, de trocas culturais e comerciais. A cidade é feita para nos servir e nós para servirmos à coletividade. É preciso que nos movamos adiante, mas não somente como indivíduos, mas como cidade… organizada!”
Já o diretor da Fundação Marcopolo, Maurício Castilhos, evidencia a importância de eventos como este idealizados pela instituição:
“Este simpósio é um convite a todos os agentes de transformação da sociedade para que, juntos, pensemos sobre qual o futuro que queremos e, obviamente, conclamar a todos para que nos mobilizamos a realizar este futuro. É um primeiro passo, visando essa mobilização ao bem comum, como fez Medellin. Ao organizar este evento, a Fundação Marcopolo demonstra uma vez mais seu protagonismo como entidade proposta a transformar a sociedade para melhor.”

Geração Consciente – Como uma espécie de preparação para o simpósio e buscando novas lideranças, nas semanas anteriores ao evento estudantes e professores das escolas municipais Tancredo Neves e Ruben Bento Alves participaram do programa Geração Consciente concebido pela Fundação Marcopolo. Com diversas atividades focadas nos elementos da natureza e da Cultura Hip Hop, eles foram provocados a pensar em Mapas de Futuro. As atividades foram coordenadas pelo rapper e escritor Chiquinho Divilas, desdobrando-se em palestras e oficinas com destaque para atividades nas áreas de Ciências, abordando os Impactos Ambientais e ações propositivas de conscientização, e Pensamento Computacional. O Geração Consciente também incluiu show do grupo RAPajador.

Os ingressos para participar do Simpósio poderão ser retirados na plataforma Sympla a partir de 6 de agosto.

SIMPÓSIO – O FUTURO QUE QUEREMOS – PROGRAMAÇÃO

Programação:
Dia 19 de agosto – segunda-feira
14h30 – Palestra: Como sabemos que estamos mudando o clima – Átila Iamarino
(evento fechado para escolas)
18h – Recepção
19h – Abertura
19h30 – Palestra: Qual o risco da Inteligência Artificial tomar conta do mundo – Átila Iamarino

Dia 20 de agosto – terça-feira
7h30 – Recepção
8h – Abertura
8h30 – Painel: O futuro das cidades – Santiago Uribe Rocha
10h – Café
10h45 – Debate: O futuro da Inovação – Scheila de Avila e Silva, Jean-Edouard Tromme e João Paulo Pohl Ledur
12h15 – intervalo de almoço
14h – Painel: Diálogos para a transformação social e segurança pública – Ricardo Moreira de Vargas – Tenente Coronel Comandante do 12º BPM e Chiquinho Divilas
14h30 – Painel com Projetos Sociais de Caxias do Sul

  • Mosaico na Quebrada
  • Fluência Casa Hip Hop
  • Projeto Semente Conquista
  • Projeto Mão Amiga
    Mediação: Carlinhos Santos
    15h30 – Painel: Cidadania x Desigualdade. A Formação do brasileiro do futuro – Caco Barcellos
    Mediação: Marcelo Mugnol

Ingressos gratuitos disponíveis pelo Sympla a partir de 06 de agosto

Participações:

Átila Iamarino: É biólogo, doutor em Microbiologia pela USP e foi pesquisador na USP e na Yale University. Foi co-criador do ScienceBlogs Brasil, braço em português da maior rede de blogs científicos do mundo e do Nerdologia, um canal de divulgação científica no YouTube. Hoje é comunicador no seu canal no Youtube com mesmo nome com mais de 1,6 milhão de inscritos. Também atua na área educacional como consultor e produtor de material didático digital e educação na internet. Ganhou notoriedade pela comunicação sobre a pandemia da COVID-19 no Brasil em redes sociais.
Santiago Uribe Rocha: Antropólogo, pesquisador social e gestor de políticas urbanas e sociais com mais de 20 anos de experiência na concepção e direção de programas e projetos de desenvolvimento humano. Formada em Antropologia com mestrado em Cidades pela London School of Economics – LSE e em Processos Ambientais Urbanos pela EAFIT, e atualmente doutoranda em Ciências Sociais. Focado em temas relacionados ao planejamento estratégico e ao desenvolvimento socioeconômico territorial, com ênfase em estratégias de resiliência, inovação social, desenvolvimento urbano/rural, prevenção da violência e resolução de conflitos. Santiago Uribe Rocha foi por seis anos Diretor de Resiliência da Cidade de Medellín (Chief Resilience Officer – CRO), cidade membro da Rede das 100 Cidades Resilientes da Fundação Rockefeller. Antes de se tornar CRO, o Sr. Uribe Rocha trabalhou por três anos como Diretor Executivo de Inovação Social na Pigmalion Consulting; Lá coordenou uma série de programas de pesquisa sobre temas que vão desde antropologia de mercado, planejamento territorial estratégico, gestão de risco de desastres, prevenção da violência, bem como saúde reprodutiva e mental de jovens em Medellín.

Jean-Edouard Tromme: Cientista político, gestor e pesquisador ligado a projetos principalmente no cenário internacional e promotor de políticas públicas, com mais de 25 anos de experiência na preparação, avaliação e gestão de programa de intervenções públicas e privadas de desenvolvimento, responsabilidade social e investimento proposital. Consultor com competências desenvolvidas em gestão do desenvolvimento socioeconómico e organizador de intercâmbios de conhecimentos especializados, de carácter académico, laboratórios vivos, processos de participação social e estratégias para o desenvolvimento sustentável.
João Paulo Pohl Ledur – Graduado em Administração de Empresas com ênfase no Comércio Exterior pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos, possui especialização em Gestão de Negócios pela Fundação Getúlio Vargas. João Paulo tem longa experiência internacional na indústria automotiva. Há 20 anos na Marcopolo, parte deles atuando como diretor da unidade fabril na África do Sul. Em 2017, teve passagem como Diretor do negócio Volare e desde 2020 atua como Diretor de Estratégia e Transformação Digital da Marcopolo, respondendo também pelas áreas de Corporate Venture Capital e Inovação da companhia, atuando na gestão estratégica da inovação e seus desdobramentos na cultura organizacional, conectando o atual negócio com o futuro da mobilidade.
Scheila de Avila e Silva – Possui graduação em Gestão da Tecnologia da Informação e em Ciências Biológicas, Mestrado em Computação Aplicada e Doutorado em Biotecnologia. Atualmente é professora adjunta na Universidade de Caxias do Sul, nos níveis de graduação e pós-graduação. Atua como pesquisadora do Laboratório de Bioinformática e Biologia Computacional e Bioinformática. Possui experiência em análise de dados e integração de bases de dados biológicos, além da aplicação de técnicas de inteligência artificial em dados genômicos. Dedica-se também a ações de popularização da ciência e tecnologia, letramento científico e iniciação científica na educação básica.
Caco Barcellos: Jornalista especializado em jornalismo investigativo, recebeu o Prêmio Jabuti por seus livros “Rota 66” (1993), na categoria Reportagem, e “Abusado” (2003), que ganhou nas categorias Reportagem e Biografia e Livro do Ano Não-Ficção. Atualmente produz e apresenta o programa Profissão Repórter, na Rede Globo.

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 Bolsa Família reduz em mais de 80% a pobreza na primeira infância no Brasil

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O Programa é decisivo para garantir alimentação, saúde e dignidade às crianças.

Um estudo da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, em parceria com a Secretaria de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único (Sagicad/MDS), traçando o perfil de crianças de 0 a 6 anos em famílias de baixa renda, revelou que o Bolsa Família foi responsável por uma das maiores reduções da pobreza já registradas no país.

Sem o programa, 81,8% das crianças de 0 a 6 anos estariam em situação de pobreza em 2023. Com ele, esse número cai drasticamente para 1,1%. Os dados reforçam a importância da transferência de renda como política pública estratégica, sobretudo na primeira infância, fase crucial para o desenvolvimento humano.

O peso da pobreza na infância

O levantamento, mostra que, mesmo com avanços, a pobreza ainda se concentra entre famílias com crianças pequenas:

  • Em 2013, crianças de 0 a 6 anos representavam 12% da população e 16% do CadÚnico.
  • Dez anos depois, em 2023, a participação caiu para 9% da população total, mas se manteve em 16% entre os mais pobres.

Benefícios voltados às crianças

O Benefício Primeira Infância (BPI) garante R$150 a mais por criança de 0 a 6 anos. Em agosto de 2025, esse adicional chegou a 8,44 milhões de crianças, resultando em R$1,18 bilhões transferidos pelo governo federal. Outros apoios incluem:

  • Benefício Variável Gestante: R$50 para 633,6 mil gestantes;
  • Benefício Variável Nutriz: R$50 para 303 mil famílias com bebês de até seis meses;
  • Benefício Variável Familiar: R$50 para cada integrante de 7 a 18 anos incompletos.

Para o ministro Wellington Dias, investir nessa fase é investir no futuro:
“Cada real destinado à primeira infância representa retorno imenso para toda a sociedade”, afirmou.

O Bolsa Família vai além do repasse financeiro. O programa estabelece condicionalidades que reforçam a proteção das crianças:

  • Saúde: vacinação em dia, acompanhamento de peso e altura, pré-natal para gestantes.
  • Educação: frequência escolar mínima de 60% para crianças de 4 a 6 anos e 75% para estudantes até os 18 anos.

Por: Henrique Barbosa

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 Governo Lula destina alimentos barrados pelos EUA para escolas, hospitais e Forças Armadas

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Compra direta sem licitação vai atender produtores afetados pelo tarifaço de Trump.

O governo federal autorizou a compra de alimentos que perderam mercado após o tarifaço imposto pelos Estados Unidos. A medida, publicada em portaria interministerial na sexta-feira (22), abre caminho para que produtos brasileiros, antes destinados à exportação, passem a reforçar a merenda escolar, além de abastecer hospitais públicos e as Forças Armadas.

Quais alimentos entram na lista

A portaria prevê a aquisição de produtos que ficaram encalhados com a sobretaxa americana:

  • açaí (fruta, purês e preparações);
  • água de coco;
  • castanha de caju (inteira ou processada, sucos e extratos vegetais);
  • castanha-do-Brasil (castanha-do-pará, fresca ou seca, sem casca);
  • manga (fresca ou seca);
  • mel;
  • pescados (como corvina, pargo, tilápia, entre outros);
  • uva fresca.

Como vai funcionar a compra especial

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o mecanismo de aquisição terá caráter excepcional e emergencial. Ele permite:

  • dispensa de licitação;
  • apresentação simplificada de termo de referência;
  • contratação direta com produtores e exportadores;
  • dispensa de estudos técnicos preliminares.

A medida está prevista na Medida Provisória nº 1.309/2025, que institui um plano de contingência para setores impactados pelas tarifas adicionais impostas por Washington.

Quem pode vender para o governo

Para participar, os exportadores deverão apresentar declaração de perda na exportação do produto e pelo menos uma declaração única de exportação para os Estados Unidos, registrada a partir de janeiro de 2023.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário deve anunciar nesta segunda-feira (25) os detalhes operacionais do programa. Estados e municípios interessados poderão solicitar adesão para garantir o reforço na merenda escolar.
Por: Henrique Barbosa

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 Fim da escala 6×1 e salários mais dignos são saída para falta de mão de obra no comércio

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Análise da economista Marilane Teixeira, professora da Unicamp, mostra que a crise de mão de obra no comércio não se deve à falta de interesse dos trabalhadores, mas às condições precárias oferecidas pelo setor. 

Mais de 7 milhões de trabalhadores pediram demissão em 2024, sendo que até 90% atuavam no comércio em jornadas exaustivas de 6×1 e com salários que variavam de R$1.518 a R$2.277. Grande parte estava na informalidade, sem direitos básicos como férias, 13º ou aposentadoria.

Crise de contratação

O cenário já preocupa empresários, em especial no centro comercial do Brás, em São Paulo, que reúne milhares de lojas populares e supermercados. A situação é tão crítica que a prefeitura, em parceria com a Associação de Lojistas do Brás (Alobrás), promove mutirões para tentar preencher as 10 mil vagas abertas.

Mas, segundo especialistas, o problema não está na falta de interesse dos trabalhadores, e sim nas condições precárias oferecidas pelo setor. Para a economista Marilane Teixeira, professora da Unicamp, o mercado aquecido e a queda do desemprego permitem que os trabalhadores recusem ofertas ruins:

“As pessoas não estão indisponíveis para o trabalho, mas não querem mais aceitar baixos salários e jornadas de seis dias por semana. Hoje existe possibilidade de escolha”, explica.

Ela acrescenta que a defesa do fim da escala 6×1 é uma das pautas que estarão presentes nos atos de 7 de setembro, em todo o país.

Juventude e empreendedorismo

Outro ponto destacado é o desencanto dos jovens com a rotina do comércio. Muitos preferem buscar alternativas autônomas, ainda que arriscadas:

“Entre ficar seis dias da semana preso em uma loja por até dez horas, recebendo pouco mais que o salário mínimo, e buscar alternativas que tragam mais liberdade, os jovens estão escolhendo a segunda opção”, analisa Marilane.

No entanto, ela alerta que o “encantamento com o empreendedorismo” pode ser ilusório: rendas imediatas nem sempre compensam a ausência de garantias como férias, 13º, FGTS e vales.

Programas sociais e o mito da preguiça

Parte do empresariado insiste em apontar o Bolsa Família e outros programas sociais como motivo da escassez de mão de obra. Marilane refuta essa visão.

“O problema não é o Bolsa Família. Em muitos casos, ele garante mais estabilidade que um emprego com salário insuficiente. O que afasta trabalhadores são as condições precárias do comércio e serviços”, afirma.

Menor desemprego da história

O Brasil fechou o 2º trimestre de 2025 com taxa de desemprego de 5,8%, a menor da série histórica iniciada em 2012. Com mais opções, os trabalhadores estão menos dispostos a aceitar subempregos.

Jornada menor, oportunidade maior

O debate sobre a redução da jornada de trabalho também gera resistência entre lojistas e supermercadistas, que alegam aumento de custos e risco de demissões. Marilane enxerga o contrário:

“Com jornadas menores, mais turnos seriam criados, obrigando novas contratações. Isso não penalizaria o setor, ao contrário, poderia ampliar o consumo e as vendas, inclusive dos próprios trabalhadores”, conclui.
Por: Henrique Barbosa

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