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Política

Economia lenta e pobreza acelerada caracterizam a conjuntura, aponta Dieese. Já são 33 milhões passando fome

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O ano decisivo para os rumos do país, diante das eleições gerais em outubro, começou com mais do mesmo: economia em ritmo lento e aumento da pobreza em ritmo acelerado, destaca o Dieese em boletim da conjuntura divulgado nesta sexta (22).

Os indicadores econômicos que apresentam ligeira melhora estão referidos a períodos ainda fortemente impactados pela pandemia e continuam ancorados em bases frágeis, indicando fôlego curto.

Por outro lado, as desigualdades sociais e econômicas e a pobreza se acentuam em ritmo acelerado. Em
2022, 14 milhões de brasileiros se somaram a outros 19 milhões que já sobreviviam em situação de fome
no país.

Fome

São 33 milhões de pessoas sem ter o que comer e mais da metade da população em algum grau
de insegurnaça alimentar, segundo relatório da Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania
e Segurança Alimentar e Nutricional).

A “PEC do desespero eleitoral”, aprovada no Congresso Nacional e transformada na Emenda
Constitucional 123/22, é uma tentativa do governo de reverter o quadro eleitoral, distribuindo
benefícios somente até o final do ano, sem que esteja, de fato, articulada com uma mudança de estratégia na política econômica e nas políticas sociais. Puro casuísmo eleitoral.

Além disso, na opinião dos técnicos do órgão, a recente privatização da Eletrobras aumenta o risco de elevação das tarifas de energia elétrica e solapa a soberania e a segurança energética nacional, indo na contramão do mundo. Os próprios acontecimentos na Ucrânia mostram que é urgente retomar os instrumentos do Estado para indução do desenvolvimento econômico soberano, com distribuição de renda e proteção ambiental, reduzindo as desigualdades sociais e regionais.

Economia em ritmo lento

A economia brasileira cresceu apenas 1,0% no 1º trimestre deste ano, na comparação com o último trimestre de 2021, na série com ajuste sazonal. Na comparação com o primeiro trimestre de 2021, o crescimento foi de 1,7%.

Após a queda abrupta da atividade econômica no início da pandemia, a recuperação a partir de 2021 teve uma base de comparação muito baixa e o início de 2022 mostra que a economia brasileira apenas voltou ao observado antes da pandemia: crescimento lento e heterogêneo. O nível da atividade econômica continua abaixo do verificado em 2014!

O crescimento na comparação interanual se deve, ainda, à “ocupação dos espaços ociosos” da
economia, derivados de parte da demanda reprimida na pandemia, principalmente no setor de serviços.
Assim, embora o setor tenha tido crescimento de 3,7%, influenciado pela retomada de várias atividades
presenciais, o comércio recuou (-1,5%).

Também a indústria geral teve resultado negativo (-1,5%), com mais intensidade a indústria de transformação (-4,7%), assim como a agropecuária (-8,0%). O consumo das famílias teve o quarto trimestre seguido de crescimento, na comparação interanual.

Contudo, para além dos efeitos iniciais da pandemia, afetando a base de comparação, deve-se ter cautela na análise deste dado, tendo em vista o aumento da desigualdade social no país, de forma que esse aumento do consumo está longe de ser homogêneo entre as famílias.

Pobreza cresce em ritmo acelerado

Segundo pesquisa da Rede Penssan2, 40% dos domicílios brasileiros convivem com algum tipo
de insegurança alimentar, o que representa cerca de 125,2 milhões de pessoas, mais da metade da população do país.

Cerca de 15% da população, equivalente a 33 milhões de pessoas, estão em situação de fome, das quais 14 milhões passaram a esta dramática condição no último ano. Como afirma a pesquisa: “O país regrediu para um patamar equivalente ao da década de 1990”.

As regiões Norte e Nordeste são as mais impactadas: 71,6% e 68,0% das respectivas populações
têm algum grau de insegurança alimentar. No Norte, 25,7% das famílias convivem com a fome e, no Nordeste, 21,0%.

O aumento da pobreza está diretamente ligado à perda de rendimento e ao aumento do custo de
vida. O valor da cesta básica de alimentos, apurado pelo Dieese em 17 capitais, aumentou mais de 26%
em Recife, nos 12 meses encerrados em junho, a maior variação registrada. Em seguida aparecem
Salvador (+24%), Campo Grande (+24%) e São Paulo (+24%). As menores variações registradas foram
em Vitória e Curitiba, com aumentos de 13%.

Além disso, a inflação continua castigando a populaçã3. Nos 12 meses encerrados em junho, a
inflação para as pessoas de renda muito baixa atingiu 12,0%, percentual também registrado para o
segmento de renda alta, cuja taxa inflacionária deu uma acelerada em junho, segundo o Índice de Preços
ao Consumidor Amplo, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IPCA-IBGE). Na média, a
inflação nesse período foi de 11,9%.

O rendimento real domiciliar por pessoa (per capita) atingiu o menor valor desde 2012, quando o
levantamento começou a ser feito pelo IBGE4. Em valores atualizados para 2021, o rendimento médio
mensal domiciliar per capita ficou em R$ 1.353 e os menores valores foram registrados na região Norte,
R$ 871, e no Nordeste, R$ 843. As outras regiões registraram valores quase duas vezes maiores.

Aproximadamente metade da população teve rendimento médio mensal de R$ 415, em 2021, valor ainda
menor que os R$ 489 de 2020. Já o 1% da população de maior renda teve rendimento médio de R$ 15.940. Assim, esse grupo teve rendimento 38 vezes maior que a média dos 50% da população de menor renda.

Leia a íntegra do boletim

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Política

Aeroporto no PAC: “Caxias hoje pode comemorar uma grande conquista”

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Prefeito agradece à articulação de deputada Denise, à SAC e aos técnicos da Seplan pela conquista.

“Caxias hoje pode comemorar uma grande conquista”, com essa frase o Prefeito Adiló Didomenico resume a satisfação ao receber, perto do meio-dia desta terça-feira (06/05), a informação repassada pela deputada federal Denise Pessôa, da oficialização da inclusão do Aeroporto da Serra Gaúcha no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal.

Segundo Adiló, a deputada, que tem sido grande parceira e articuladora de todo esse processo em Brasília, mandou a cópia da publicação do Diário Oficial. “Para aqueles que eventualmente tinham alguma dúvida, esse sonho dos caxienses e da Serra Gaúcha passa a se tornar realidade, tendo o recurso garantido por parte do Governo Federal. O projeto está pronto e em breve estaremos encaminhando para licitação, visto que todo processo vinha desde o início sendo acompanhado pela Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC) a quem também agradecemos a parceria muito estreita. Agradeço também neste momento a todos os nossos técnicos aqui da Secretaria do Planejamento e Parcerias Estratégicas (Seplan). Com o passar dos anos vamos ver a importância dessa obra para Caxias e o Rio Grande do Sul”, destacou.

Próximas etapas:

Paralelo à busca pelos recursos (são R$ 270 milhões – R$ 100 milhões para a construção do terminal de passageiros e R$ 170 milhões para a pista e parte externa), a Prefeitura trabalha na versão final dos projetos de engenharia, que está sendo encaminhada pela Seplan para validação da SAC. “Já iniciamos os uploads no sistema desses arquivos que são muito pesados e complexos, mas acreditamos que até o final desta semana a SAC já pode se apropriar e iniciar a análise. Outra questão são os programas ambientais, precisamos refazer todo conjunto de projetos e na próxima semana já faremos os uploads para que também sejam avaliados pela SAC. Depois disso, a ideia é marcarmos uma agenda na SAC fazer uma discussão, avaliação conjunta, na linha que trabalhamos. É um projeto básico que, após homologado, nos permite fazer licitações que englobarão o projeto executivo, a implentação e gestão dos programas ambientais e de todo ciclo de execução do aeroporto. E ainda outra etapa é sobre a contratação do estudo de arqueologia, cujo contrato deve ser publicado nos próximos dias”, informa Marcus Vinicius Caberlon, titular da Seplan.

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Política

Governo municipal apresenta nova proposta salarial a servidores

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Ícaro de Campos

A Comissão de Negociação do Executivo esteve reunida nesta quarta (23/4) com representantes do Sindiserv para apresentar uma nova proposta referente à reivindicação salarial dos servidores. 

Já havia sido proposto e aprovado pelos servidores a equiparação do vale-refeição (VR) ao dos servidores da Câmara, que tem o valor de R$ 949,52 e valor líquido de R$ 854,57. O reajuste no VR atinge todos os servidores ativos. Hoje, o VR dos servidores da Prefeitura é R$ 854,70 bruto e R$ 769,23 líquido. Ou seja, com a equiparação, haverá o ganho bruto de R$ 94,82 e líquido de R$ 85,34.

Além disso, o Executivo ofereceu a antecipação de 1% da reposição da inflação a partir de junho.

O Sindiserv levará a proposta para avaliação. No final da tarde desta quarta-feira, a categoria esteve reunida no Largo da Prefeitura. Entre outras solicitações da categoria, estão o reajuste salarial de 5,5% e o encaminhamento do projeto e aprovação de uma nova lei municipal que acabe com as distorções salariais criadas pela Lei 409. Os trabalhadores também pedem o fim das terceirizações e das gestões compartilhadas no serviço público.

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Política

Presidente do INSS é exonerado após suspeita de fraudes

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Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A exoneração do presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União desta quarta-feira (23). A portaria é assinada pela ministra substituta da Casa Civil, Miriam Belchior.

Stefanutto é um dos investigados na operação que a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram na manhã de hoje para apurar suspeitas de um esquema de descontos não autorizados nos benefícios de aposentados e pensionistas. A demissão foi determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Procurador federal, Stefanutto ficou à frente da Procuradoria-Federal Especializada junto ao INSS de 2011 a 2017. Em 11 de julho de 2023, assumiu a presidência da autarquia por indicação do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, que defendeu hoje o direito de todos os investigados à presunção de inocência.

Operação Sem Desconto investiga um suposto esquema nacional de descontos de mensalidades associativas não autorizadas. Estima-se que cerca de R$ 6,3 bilhões foram descontados de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024

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