Poucos dias antes de o Brasil confirmar três casos de infeção por varíola dos macacos em crianças, a Organização Mundial da Saúde (OMS) havia reforçado o alerta para os riscos de propagação da doença entre toda a população, reiterando que ela não está restrita a grupos específicos.
Em reunião com a imprensa, membros da OMS relembraram que a infecção é particularmente preocupante e pode causar casos graves entre pessoas que ainda estão nas primeiras fases de desenvolvimento, mulheres grávidas e pacientes com a imunidade comprometida.
De acordo com a organização, mais de 80 casos em crianças foram reportados em todo o mundo. Existe o receio de que ambientes coletivos como escolas possam se tornar locais de contágio e as infecções relatadas estão em monitoramento.
Hoje, há mais de 20 mil pessoas contaminadas em 77 países. No Brasil, são mais de mil casos. A doença é considerada uma emergência de saúde pública de interesse internacional.
Estigma
A preocupação de autoridades da saúde em alertar sobre os riscos para toda a população tenta combater a criação de um estigma de que a doença está relacionada à comunidade LGBTQIA+.
Mais de 90% dos casos relatados até agora atingiram homens que fazem sexo com homens. A própria OMS incluiu na lista de medidas para prevenção da propagação a diminuição de parceiros sexuais, mas deixou explícito que essa não é a única recomendação.
“Nem todas as regiões tem a mesma epidemiologia. Algumas têm cerca de 1/3 de mulheres afetadas, em algumas regiões há crianças afetadas. São diferentes tipos de multitransmissão. Nós temos que ser muito claros sobre quem precisa ter as informações para se proteger e isso inclui pessoas que têm parceiros sexuais.”
“Mas há outros tipos de exposição e essa mensagem precisa ser passada. Prevenir estigma e discriminação é importante. Nossa preocupação é que estigma, descriminação e medo façam as pessoas não buscarem diagnóstico e cuidado e isso vai prejudicar a resposta”, afirmou a líder técnica para assuntos relacionados à varíola dos macacos da OMS, Rosamund Lewis.
O infectologista e especialista em atendimento à população LGBTQI+, Vinicius Borges, afirma que é preciso fazer intervenções em grupos que apresentam maior vulnerabilidade, mas é essencial também reforçar que os cuidados servem para todas as pessoas.
“Mesmo que os dados epidemiológicos apontem essa alta incidência em um grupo específico, isso é uma conjuntura temporária. Toda infecção começa em um grupo específico, mas é um problema de todo mundo.”
“Não é uma questão de que um grupo está fazendo algo de errado. Isso é uma questão de saúde pública. É importante entender que a saúde do próximo, do vizinho, da vizinha, seja hétero, gay ou bissexual é tão importante quanto a sua. Os cuidados de prevenção são válidos para todo mundo. Não tem como falar de saúde individual sem falar de saúde coletiva.”
Ariadne Riberito Ferreira, oficial para Comunidade, Gênero e Direitos Humanos do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids) lembra que o estigma associado ao HIV causou prejuízos consideráveis e representou violações de direitos humanos. Segundo ela, a sociedade não pode permitir que a resposta à varíola dos macacos siga um caminho semelhante.
“Sempre que surge uma epidemia nova e começa a se observar um aumento de casos, é muito comum tentar encontrar alguma semelhança nas pessoas atingidas, para que estratégias sejam mais eficazes em determinados grupos. Mas tem que se ter muito cuidado com isso”.
“Não dá para fazer uma associação em função de determinado grupo de pessoas. Toda forma de prevenção e comunicação tem que ter esse cuidado. Não podemos mais permitir que, em um momento de desespero, em que estamos enfrentando um novo desafio, ainda sejam mais marginalizados aqueles que estão sofrendo com a epidemia”.
Prevenção e cuidados
Causada por um vírus pertencente ao gênero ortopoxvírus da família poxviridae, a varíola dos macacos tem semelhanças com a varíola humana – que causou crises sanitárias no mundo todo por séculos, até que foi controlada pela vacinação na década de 1970.
A transmissão se dá a partir do contato próximo com fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como vestimentas, toalhas e roupas de cama. O período de incubação sem sintomas costuma durar de 6 a 13 dias, mas pode chegar até 21 dias.
Entre os sinais da doença são febre, dores no corpo e na cabeça, cansaço, gânglios inchados e lesões com feridas espalhadas pela pele. Os machucados causam dores e coceira e algumas manchas podem deixar cicatrizes.
Pacientes com a confirmação da doença devem se isolar e quem esteve com essas pessoas também precisa de monitoramento. Para prevenir o contágio é preciso evitar contato próximo, como beijos, abraços e relações sexuais e compartilhamento de itens pessoais.
Caxias do Sul inicia a vacinação contra a gripe (Influenza) em 7 de abril, mesmo dia em que a campanha inicia em todo o país. O município recebeu 13 mil doses para iniciar a vacinação, no entanto, o público-alvo é de 193,1 mil pessoas. Por isso, serão inicialmente vacinados quatro públicos prioritários, por serem considerados mais vulneráveis ao vírus da gripe: crianças de seis meses a cinco anos, 11 meses e 29 dias, pessoas com 60 anos ou mais, gestantes e puérperas (mulheres até 45 dias pós-parto).
Também devido ao baixo número de doses, a vacina estará disponível em 20 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) a partir de 07/04: Belo Horizonte, Campos da Serra, Centro de Saúde, Cinquentenário, Cruzeiro, Desvio Rizzo, Eldorado, Fátima Alto, Fazenda Souza, Madureira, Parque Oásis, Planalto, Reolon, Rio Branco, Santa Lúcia Cohab, São Caetano, São José, São Leopoldo, Vila Ipê e Vila Lobos.
À medida que a Secretaria Municipal da Saúde receber mais doses, outros públicos serão atendidos, inicialmente dentre os prioritários definidos pelo Ministério da Saúde (veja abaixo). Neste ano também fazem parte do público prioritário os funcionários dos Correios. A definição quanto aos públicos é do Ministério.
Também já estão definidas duas datas para Dias D de Vacinação contra a Gripe em Caxias do Sul, aos sábados: dias 26/04 e 10/05. Nos dois dias haverá um ponto na Praça Dante Alighieri (que pode ser suspenso em caso de mau tempo) e, no dia 26/04, também em algumas UBSs que serão divulgadas posteriormente.
Campanha de vacinação contra a gripe
A partir de 07/04
Inicialmente para os seguintes públicos prioritários:
– Crianças de seis meses a cinco anos, 11 meses e 29 dias.
– Pessoas com 60 anos ou mais
– Gestantes
– Puérperas (mulheres até 45 dias após parto)
De segunda a sexta nas seguintes UBSs:
– Belo Horizonte, Campos da Serra, Centro de Saúde, Fátima Alto, Fazenda Souza, Madureira, Parque Oásis, Planalto, Rio Branco, Santa Lúcia Cohab, São Caetano, São José, São Leopoldo, Vila Ipê e Vila Lobos: 8h às 16h
– Cinquentenário, Cruzeiro, Desvio Rizzo, Eldorado, Reolon: 8h às 19h
Indígenas Pessoas em situação de rua Trabalhadores da saúde Professores dos ensinos básico e superior
Profissionais das forças de segurança e salvamento Profissionais das Forças Armadas Pessoas com deficiência permanente Caminhoneiros Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário para passageiros urbanos e de longo curso Trabalhadores portuários Trabalhadores dos Correios Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais População privada de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas
Dias D: 26/04 e 10/05. Nos dois dias haverá um ponto na Praça Dante Alighieri (que pode ser suspenso em caso de mau tempo) e, no dia 26/04, também em algumas UBSs que serão divulgadas posteriormente.
A Secretaria Estadual da Saúde começou a distribuição do primeiro lote de vacinas contra a gripe (influenza), com 356 mil doses. O início oficial da campanha está programado para o dia 7 de abril, mas os municípios podem dar início à vacinação assim que receberem as unidades.
Ao todo, o público-alvo da estratégia no Rio Grande do Sul é composto por mais de 5,3 milhões de pessoas que fazem parte dos grupos prioritários, selecionados pelo Ministério da Saúde por serem de maior risco de agravamento ou de maior exposição.
Uma das novidades a partir deste ano é a inclusão da vacina da gripe no Calendário Nacional de Vacinação para crianças de seis meses a menores de seis anos, gestantes e idosos (a partir de 60 anos de idade), tornando permanente a proteção para esses públicos. Ou seja, a vacinação a esses públicos fica disponível ao longo do ano todo (a partir da chegada das doses).
Outros grupos continuarão a receber o imunizante em estratégias especiais, incluindo profissionais da saúde, professores, forças de segurança, população privada de liberdade e pessoas com doenças crônicas ou deficiências, dentre outros.
Número de doses da vacina contra a gripe para as Regionais (primeiro lote):
1ª CRS (sede Porto Alegre – 66 municípios): 86.460
2ª CRS (sede Frederico Westphalen – 26 municípios): 7.150
3ª CRS (sede Pelotas – 21 municípios): 28.080
4ª CRS (sede Santa Maria – 33 municípios): 19.580
5ª CRS (sede Caxias do Sul – 49 municípios): 34.440
6ª CRS (sede Passo Fundo – 62 municípios): 21.960
7ª CRS (sede Bagé – seis municípios): 6.220
8ª CRS (sede Cachoeira do Sul – 12 municípios): 6.960
As áreas de oftalmologia, otorrinolaringologia, oncologia e cardiologia serão intensificadas nos atendimentos de saúde de Caxias do Sul. A prefeitura, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, participa do Programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE), do Ministério da Saúde. O Prefeito Adiló Didomenico participou da assinatura do termo de compromisso na tarde desta terça-feira (25) no auditório do Hospital Geral.
Caxias do Sul é o responsável por 49 municípios da região.O programa prevê atendimentos no Hospital Pompéia, na Clínica Clélia Manfro e no HG. Os quantitativos mensais, referentes aos atendimentos para Caxias e região, são de 66 atendimentos/ mês na área de oncologia, 160/ mês em oftalmologia, 30/ mês em otorrinolaringologia e 230/ mês em cardiologia. Os atendimentos serão via SUS, seguindo os fluxos habituais do sistema.