Por: Henrique Barbosa
Entrou em vigor nesta quarta-feira (6) o chamado tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos contra o Brasil. A medida eleva para 50% as tarifas de importação sobre diversos produtos brasileiros, como café e carne, e marca um dos momentos mais delicados das relações diplomáticas entre os dois países nas últimas décadas.
O decreto, assinado pelo presidente Donald Trump no fim de julho, cita que as ações do governo brasileiro representam uma ameaça à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA. A justificativa oficial menciona perseguição política contra Jair Bolsonaro, censura a empresas americanas e ataques à liberdade de expressão.
Apesar da decisão, a Casa Branca divulgou uma lista com cerca de 700 itens que ficaram de fora das novas tarifas. Entre os produtos isentos estão suco de laranja, aeronaves civis, petróleo, fertilizantes e veículos. No entanto, o impacto para o Brasil é significativo: estima-se que 36% das exportações brasileiras para os EUA sejam afetadas.
O presidente Lula criticou duramente a medida e anunciou que o governo federal trabalha em um plano de contingência para mitigar os prejuízos econômicos e sociais. A proposta deve incluir linhas de crédito especiais, suspensão temporária de tributos e incentivos à preservação de empregos.
No RS
No Rio Grande do Sul, a Federação das Indústrias (Fiergs) calcula um impacto de até R$1,5 bilhão no PIB estadual, com ameaça a cerca de 20 mil empregos. A indústria gaúcha é uma das mais afetadas, especialmente nos setores de alimentos e agronegócio.
Tensão diplomática
Além da escalada comercial, o governo Trump também sancionou ministros do Supremo Tribunal Federal, como Alexandre de Moraes, e ameaçou revogar seus vistos.
As tensões são como um reflexo direto das diferenças ideológicas entre os presidentes Lula e Trump, que têm se confrontado em temas como liberdade de expressão, regulação das big techs, o julgamento de Bolsonaro e a atuação brasileira no BRICS.