A Prefeitura de Caxias do Sul propõe que 22 de setembro seja o Dia Municipal Sem Carro e do Transporte Coletivo, deixando de incluir o Dia do Pedestre e voltando às ações para incentivar o uso do transporte público e a diminuição de veículos nas ruas.
A Prefeitura de Caxias do Sul apresentou o projeto de lei 136/2025 para oficializar o dia 22 de setembro como Dia Municipal Sem Carro e do Transporte Coletivo, retirando da denominação a referência ao Dia do Pedestre. A proposta, aprovada em primeira discussão na sessão desta terça-feira (12), tem como objetivo direcionar as ações da data exclusivamente à conscientização sobre a redução do uso de veículos particulares e ao incentivo do transporte coletivo.
A proposição modifica a lei nº 7.316, de 8 de julho de 2011, e determina que, ao longo do ano, especialmente no dia 22 de setembro, sociedade civil, órgãos públicos e entidades realizem atividades educativas e campanhas para estimular a adesão ao movimento. Segundo o prefeito Adiló Didomenico (PSDB), as ações poderão ser coordenadas pela Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade, por meio da Escola Pública de Trânsito, com apoio de outras secretarias e organizações interessadas.
Na mesma justificativa, o Executivo sugere que o Dia do Pedestre seja celebrado oficialmente em 8 de agosto, data já reconhecida de forma informal no município e instituída em lei estadual desde 2003. O prefeito cita como inspiração a imagem icônica dos Beatles atravessando a faixa de pedestres da Abbey Road, em 1969, que se tornou símbolo mundial de respeito à mobilidade a pé. Para Adiló, o reconhecimento oficial da data reforça o compromisso do poder público com a valorização da vida, da acessibilidade e de um trânsito mais humano.
Frota envelhecida e poluição crescente
Segundo levantamento do Sindipeças, em uma década o Brasil passou de 55,3 milhões para 62,1 milhões de veículos em circulação, um aumento de 12% na soma de carros, comerciais leves, caminhões, ônibus e motos. Esse crescimento veio acompanhado do envelhecimento da frota, cuja média de idade passou de 8 anos e 1 mês em 2014 para 10 anos e 4 meses em 2024, alta de quase 30%.
O aumento no número e na idade dos veículos agrava a emissão de poluentes. O Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Município de São Paulo, por exemplo, aponta que a combustão de motores movidos a diesel e gasolina é responsável por cerca de 60% das emissões. Esses poluentes pioram a qualidade do ar e estão associados ao agravamento de doenças respiratórias, cardiovasculares e metabólicas.
Monóxido de carbono: o perigo invisível
O monóxido de carbono (CO) é um gás incolor e inodoro, resultado da combustão incompleta, comum em motores de veículos. Em áreas urbanas, ele se concentra especialmente em cenários de tráfego intenso e congestionado.
Ao ser inalado, o CO entra na corrente sanguínea reduzindo a capacidade de transporte de oxigênio pelo sangue, comprometendo órgãos e tecidos. Pessoas com doenças cardiovasculares são mais vulneráveis, mas mesmo indivíduos saudáveis podem apresentar dores de cabeça, tonturas e alterações na visão após exposições mais curtas. Em níveis altos, pode afetar o nível de consciência e representar risco grave à saúde.
Caxias do Sul terá monitoramento automático da qualidade do ar
O Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), anunciou segunda-feira, dia 04, a contratação da empresa Ambiental RB Comércio e Serviços LTDA, do Rio de Janeiro, para realizar o monitoramento automático da qualidade do ar em Caxias do Sul, Santa Maria e Porto Alegre pelos próximos quatro anos.
O investimento é de mais de R$2,8 milhões, e as estações deverão entrar em funcionamento em até quatro meses. Os equipamentos vão medir poluentes como ozônio, monóxido de carbono, dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio e material particulado (MP2,5 e MP10), além de parâmetros meteorológicos. Os dados serão enviados em tempo real à Rede Ar do Sul, que passará de nove para onze estações de monitoramento no Rio Grande do Sul.
Por: Henrique Barbosa