Grupos visitaram parte do complexo que abrigou antiga metalúrgica Eberle
Dezenas de caxienses puderam vivenciar um momento histórico neste domingo (22). Pela primeira vez, o Complexo da Maesa abriu as portas para a comunidade e recebeu visitantes previamente inscritos e interessados em conhecer o patrimônio histórico do município. Os grupos puderam conferir de perto como se encontra parte da edificação e ter acesso aos detalhes da história do prédio.
As visitas guiadas começaram às 14h15min e a previsão é de que sigam até o fim da tarde. O tour iniciou por onde ficavam os vestiários da chamada Fábrica 2 da Metalúrgica Abramo Eberle. Os visitantes foram convidados a se sentar e acompanhar uma apresentação que detalhou o passado, o presente e o futuro do complexo que contempla 53 mil metros quadrados. A apresentação foi conduzida pela secretária municipal de Cultura Aline Zilli e pela arquiteta Taísa Festugato.
— O conceito que o estudo traz do Complexo é que a Maesa é uma cidadela. A gente vê o fechamento de muitos portões, vê ruas, vê espaços ao ar livre. A Maesa se fecha dentro dos portões, como era a necessidade da indústria para salvaguardar seu patrimônio, e passa a ter uma vida interna — ressaltou a secretária.
Após, os visitantes assistiram a um vídeo, com depoimentos de autoridades e ex-funcionários da antiga metalúrgica. A visita pelo espaço começou, de fato, por volta das 15h. O tour contemplou um grande corredor que tem passagem entre os blocos 2, 4, 3 e 7. No chão, chamava a atenção do grupo o resíduo escuro e barroso que, segundo os organizadores da visita, ainda é herança de quando a metalúrgica funcionava. Os visitantes também puderam verificar de perto como os telhados e janelas sofreram com a ação do tempo.
Quem aproveitava para tirar fotos e prestava atenção em cada detalhe das explicações era a estudante de Psicologia Priscila Kozanowski Pereira, 30 anos, e o professor de História Dinarte Paz, 35. Priscila, que é de Camaquã, conta que mora há oito anos em Caxias e que sempre teve curiosidade pelo espaço.
— Eu moro aqui perto e sempre imaginava como era aqui dentro. Algumas pessoas falavam “tem um laguinho”, “tem vários prédios”, mas na verdade a gente nem imagina o que é. Não tem uma dimensão do tamanho. Quando eu cheguei e vi o verde (jardim externo), achei muito legal. Gostei muito do detalhe das paredes, dos vidros, que mostra o que o tempo fez aqui neste lugar — diz a estudante.
— Para mim, o que me impressionou é o tamanho do complexo e o desafio que vai ser preservar todo este espaço. É um lugar muito grande — completa Dinarte.