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Círculo Saúde orienta sobre como se proteger do Aedes aegypti

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Infectologista compartilha dicas e cuidados para se proteger durante surto de dengue

Crédito: FreePik

Nos últimos anos, especialmente no início de 2024, a dengue voltou a ser uma preocupação no Brasil.

No dia 13 de fevereiro, o país superou a marca de meio milhão de casos prováveis de dengue registrados, de acordo com dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde.

Em Caxias do Sul, de acordo com informações do Boletim Dengue, divulgado pelo site da prefeitura, foram registrados um total de 2 casos autóctones e 8 casos importados até o dia 13 de fevereiro. Até o momento, 102 focos do mosquito transmissor foram identificados e eliminados na cidade em 2024.

A seguir, a Dra. Giorgia Torresini, médica coordenadora do Controle de Infecção do Hospital Círculo Saúde e especialista em infectologia, explica sobre o cenário da doença no Brasil e compartilha dicas sobre os cuidados básicos para evitar a sua proliferação.

Cenário da dengue no Brasil

Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado surtos recorrentes de dengue, com milhares de casos reportados em todo o país. Em 2024, já são 512.353 casos prováveis registrados neste ano, em comparação com pouco mais de 93 mil casos prováveis verificados ao longo de 2023.

A dengue é uma doença viral, que pode variar desde casos assintomáticos até manifestações mais graves, que podem levar à hospitalização e até mesmo à morte. Por isso, é muito importante atuar na prevenção da dengue, tanto no nível individual quanto no coletivo.

A questão climática também é um fator a ser considerado, uma vez que, com a ocorrência do El Nino, o verão se torna mais quente e com muita presença de chuvas.

Segundo Giorgia Torresini, médica coordenadora do Controle de Infecção hospital Círculo Saúde e especialista em infectologia, a questão climática, juntamente com o período de férias, são fatores significativos para o recente aumento de casos da doença:

“Para um cenário de dengue, precisamos de três aspectos: a presença do mosquito, que é o vetor da doença, uma pessoa infectada e uma pessoa suscetível. Se um mosquito pica uma pessoa que veio de fora infectada, em cerca de 10 dias ele já possui o vírus em suas glândulas salivares, e começa a picar, espalhando-o”, afirma Giorgia.

Cuidados em casa e na vizinhança

Uma das principais estratégias para prevenir a propagação da dengue é eliminar os criadouros do mosquito Aedes Aegypti. Isso pode ser feito tomando uma série de medidas simples, tanto em casa quanto na sua vizinhança, incluindo:

Eliminar água parada: O mosquito Aedes Aegypti deposita seus ovos em recipientes com água parada, como vasos de plantas, pneus velhos, garrafas vazias e recipientes de armazenamento. É essencial esvaziar e limpar regularmente esses recipientes para evitar a proliferação do mosquito.

Manter caixas d’água fechadas: as caixas d’água são focos do mosquito e devem ser mantidas sempre fechadas com tampas adequadas, a fim de evitar a deposição de ovos.

Utilizar repelentes: em um cenário de proliferação da doença, o uso de repelentes pode fazer toda a diferença, sendo uma medida eficaz para evitar picadas de mosquito, especialmente durante o amanhecer e o entardecer. Atenção*: para que o produto funcione, utilize antes o protetor solar, e só então o repelente.

Quais são os primeiros sintomas? Aprenda a identificar a doença

Para o combate da dengue, é importante estar ciente dos sintomas iniciais da doença, a fim de procurar ajuda médica o mais rápido possível. De acordo com Giorgia, os sintomas mais comuns incluem:

Febre alta (geralmente de início abrupto);

Dores musculares intensas (principalmente nas costas e articulações);

Dores de cabeça e dor na parte de trás dos olhos;

Erupções cutâneas, que podem aparecer após 3 a 4 dias de febre.

“Os sintomas clássicos são realmente a febre alta de início abrupto e as dores de cabeça e no corpo. É importante deixar claro que os sintomas da dengue não vêm associados a sintomas respiratórios, como dor de garganta, tosse e rouquidão, por exemplo. Essa é uma forma de diferenciar a dengue de uma gripe ou da própria Covid-19, por exemplo”, explica a infectologista.

Se você ou alguém conhecido apresentar algum destes sintomas, o primeiro passo é procurar um médico e realizar o diagnóstico. Com isso, o monitoramento dos sintomas é iniciado de forma imediata.

Recentemente, o Governo Federal, juntamente com o Ministério da Saúde, iniciou a distribuição da vacina Qdenga para os municípios que atendem aos critérios definidos.

Neste primeiro momento, o público-alvo da vacinação serão crianças de 10 a 14 anos. Em seguida, a faixa etária avançará progressivamente. Na rede privada, já é possível encontrar o imunizante para aplicação.

“São um total de duas doses, com intervalo de 90 dias entre uma dose e outra. A vacinação poderá ser realizada por pessoas entre 4 e 60 anos, com algumas restrições, como pessoas gestantes ou lactantes, imunossuprimidos (imunidade baixa) e pessoas em uso de medicamentos que baixam a imunidade”, afirma Giorgia.

Tratamento e cuidados ao contrair a doença

Além da prevenção, não existe um tratamento específico para a dengue, sendo recomendado o foco no alívio dos sintomas. Isso inclui repouso, muita ingestão de líquidos para prevenir a desidratação e medicamentos indicados por um médico especialista para reduzir a febre e as dores.

Em casos mais graves, como a dengue hemorrágica, é necessário acompanhamento médico rigoroso, e até mesmo a hospitalização.

A dengue é uma doença séria que requer atenção e cuidados constantes. A prevenção é sempre a melhor estratégia, e medidas que parecem simples, como eliminar água parada e usar repelentes, podem fazer toda a diferença.

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