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DO LUTO À LUTA

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Um ano após o colapso: como estão as famílias arrasadas no pior momento da pandemia no Brasil

Os meses de março, abril e maio de 2022 marcam o primeiro ano de um luto coletivo sem precedentes na história do Brasil. Ao fim desse mesmo período em 2021, o país havia perdido mais de 200 mil pessoas para a covid-19. 

Se o ano passado foi o mais mortal já registrado pelos cartórios brasileiros, março, abril e maio foram os meses que mais pesaram nessa estatística. O número de mortes por covid-19 no trimestre representa mais de 30% de todos os óbitos causados pelo coronavírus até hoje em solo nacional. 

Um ano depois, famílias, amigos, amigas, parentes, colegas, conhecidos e conhecidas ainda vivem as consequência do pesar. Lidam com a ausência de pessoas queridas, que perderam a vida na maior pandemia do século e também enfrentam entraves burocráticos, econômicos e até judiciais no processo.

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“São milhares e milhares de brasileiros que estão sofrendo, hoje, além dos atravessamentos e consequências da pandemia da covid-19, essa dor profunda, que é perder alguém que ama”, afirma a assistente social e pesquisadora Paola Falceta, presidenta da Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid-19 (Avico).

Ela fundou a Avico junto com o advogado Gustavo Bernardes em abril do ano passado. Bernardes havia sido internado com quadro grave de covid-19 no fim de 2020. Já Falceta está nas estatísticas de enlutados e enlutadas no trimestre sombrio: perdeu a mãe em março de 2021 por causa do coronavírus.

“Essa faixa de tempo é real. Março, abril e maio representam o pico do colapso da saúde no Brasil e são três meses muito complicados para nós. O pior de tudo isso é que as pessoas ainda não têm forças, pelo luto, pela falta de apoio em saúde mental, pelas dificuldades financeiras. As pessoas estão tirando força da revolta”, aponta.

“A revolta dentro de mim cresce”

O aposentado Elpidio de Souza, de 62 anos, é cardiopata e, no início da pandemia, decidiu com a família por levar o isolamento de maneira rígida. Ele morava com a esposa e o filho, também portadores de comorbidades, além de dois netos, que hoje têm de 12 e 14 anos.

Assim como para a maior parte das famílias brasileiras, frente à falta de apoio do poder público e à crise econômica, a quarentena por um longo período foi impossibilitada. Com a lentidão deliberada no processo de aquisição das vacinas, no ano passado, muitas pessoas se viram obrigadas a voltar ao trabalho e ao convívio social sem imunização.

Em maio de 2021, Elpidio de Souza Junior, de 38 anos, filho do aposentado, era uma dessas pessoas. Como precisava manter a si e à família, ele voltou ao trabalho na construção civil e viajou para Capão da Canoa (RS)

“Uma das maiores crises do litoral (do RS) foi em Capão, por causa da flutuação de pessoas. Ficamos amedrontados, porque nós mesmos não podíamos nos expor”, afirma o pai. A flutuação em questão é referente à chegada de turistas à cidade no verão.

Ele conta que, nesse período, o filho começou a ter sintomas e procurou um hospital. No local, foi diagnosticado com gripe. “Nem o teste fizeram. Nós insistimos para que ele fizesse o teste. Três dias depois, ele retornou ao hospital e, claro, o quadro se agravou. Em Capão, o hospital estava lotado. Ele foi transferido para Santo Antônio da Patrulha e, não deu sete dias, ele veio a óbito”

Seu Elpidio responsabiliza a falta da vacina pelo agravamento rápido das condições do filho. 

“Tem uma culpa aí. Eu acredito muito no sistema público. Eu acredito no SUS. Mas acredito na gestão do SUS. Quando tem má gestão, dá nisso. Não precisava ter morrido 650 mil pessoas e eu tenho absolta certeza de que meu filho não seria um desses mortos se ele tivesse tido a vacina.”

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Com a morte do filho, ele e a esposa ficaram com a guarda dos netos. De uma hora pra outra, passaram a ser responsáveis pelo suporte emocional e pela formação dos dois adolescentes.

Em meio ao luto, a família enfrenta também os desafios econômicos gerados pelo cenário de crise, preços altos e aumento do custo de vida. Os dois netos não conseguiram acesso a nenhum tipo de pensão. O aposentado cita o descaso da gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“O cenário foi agravado pela má gestão. Há um descaso. Essa é a minha dor maior. Esse cidadão está cometendo um crime à pátria. Um crime contra pessoas, seres humanos. Tem locais em que a gente sabe quem está morrendo, é a periferia, é o povo preto, o povo pobre”, lamenta.

Para seguir a vida, o aposentado e a família se firmam na fé, mas também na luta, “Eu sou de axé e se não fossem os nossos Orixás, nós teríamos enlouquecido. Nós nos agarramos na fé e eu, como defensor do SUS, já dizia antes e hoje digo mais ainda, é do luto à luta. Não me resta outra alternativa. A pandemia não vai parar e parece que naturalizaram isso. Mas as mudanças são possíveis e eu já vi isso acontecer”.

“Eu não posso viver o tempo todo na tristeza”

A dona de casa Lindinalva Jesus dos Santos, de 47 anos, perdeu a mãe para a covid-19 ainda na primeira onda da covid, em agosto de 2020. Aos 65 anos, Maria Julia Jesus dos Santos tinha diabetes e precisou ser internada por complicações da doença. No hospital, após a amputação de uma das pernas, ela foi infectada pelo coronavírus e morreu.

Ainda em meio ao luto, em maio do ano passado o marido de Lindinalva, Daniel dos Santos, também foi infectado pelo coronavírus. Os sintomas apareceram no início do mês e se agravaram em menos de duas semanas.

“Um amigo dele ligou um dia bem cedo e sentiu que a voz dele estava bem fraca. Durante a madrugada, eu ouvi ele roncar, e ele não roncava normalmente. No dia seguinte, ele tossiu sangue. Nós fomos para o hospital e foi o último dia que eu vi o meu marido com vida”, recorda.

Daniel dos Santos faleceu cinco dias depois da internação, aos 59 anos. Lindinalva perdeu o companheiro de vida, passou por dificuldades financeiras e, um ano depois, ainda busca recuperar a saúde emocional.

“Não está sendo fácil, fiquei dez meses passando por necessidades. Só não passei por mais dificuldades por que tive bons amigos, que me acolheram. Eu estou em tratamento com uma psicóloga, ainda tenho ansiedade. Ainda hoje me peguei pensando: ‘meu marido, como você faz falta’”, afirma emocionada.

Lindinalva conta que mesmo frente à tragédia dupla, ainda tem parentes negacionistas e teme que a covid-19 possa voltar a crescer em ritmo acelerado no Brasil pela falta de conscientização da população e pela inação do poder público.

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“O governo federal piorou tudo. Meu marido poderia estar vivo hoje. Meu marido não está vivo por causa dele, porque ele negou as vacinas. Minha mãe poderia estar viva, mas naquela época os médicos estavam todos sobrecarregados”, aponta.

Menos de um mês após a morte de Daniel dos Santos, a vacina chegou para a faixa etária dele. 

“Eu espero que o povo lembre disso e eu peço a Deus que esse vírus cesse. Eu não tive como me despedir, eu não tive o direito de me despedir dos meus entes queridos. Eu espero que as pessoas tenham consciência. A covid está aí e continua matando”, conclui. 

“Tem dias que é difícil levantar”

A tragédia da covid-19 também afetou duplamente a vida do consultor de Marketing Levi Oliveira Mortosa, de 30 anos, morador de Goiânia (GO). Em agosto de 2020, perto do dia dos pais, o pai dele, morador de Itumbiara, interior de Goiás, foi infectado pelo coronavírus. Edson Mortosa, de 58 anos, não pode cumprir o isolamento recomendado para se proteger do vírus porque teve que trabalhar.

No terceiro dia de internação, ele foi enviado para a UTI. O quadro continuou se agravando e o paciente precisou ser intubado, mas morreu durante o processo. 

“Em Itumbiara, agosto foi um mês em que os hospitais estavam no máximo do máximo da lotação. As equipes de saúde também foram vítimas da não instrução, do negacionismo e da falta de recursos”, afirma Levi.

A família ainda se recuperava do baque quando, em junho de 2021, a tia mais nova de Levi, Edriane Mortosa, também faleceu por covid-19.

“O caso do meu pai não me revolta tanto. O que nós íamos fazer? Mas a minha tia estava a uma semana da vacinação”. O jovem não contem as lagrimas ao falar da tragédia que abalou a família duas vezes em menos de um ano, “pensar que ela poderia estar vacinada. Já era junho de 2021! Ela tinha apenas 50 anos!” 

Edriene Mortosa foi internada em 31 de maio de 2021. Ela morava com uma irmã mais velha, que já tinha tomado a primeira dose da vacina e teve apenas sintomas leves. Edriene, no entanto, teve uma queda brusca de oxigenação durante a infecção.

Com o alerta identificado por um oxímetro usado em casa, a família decidiu levá-la para o hospital. Em apenas dois dias de internação, ela foi para a UTI.

A situação vivida pelo pai de Levi meses antes, durante o processo de intubação, foi traumática para toda a família. “Nos momentos em que ela fazia ligações para a família, ela chorava muito pedindo para que a tirassem dali, porque ela não queria ser intubada. Foi um sofrimento muito grande, a gente não podia fazer nada. É uma impotência.”

Ainda enlutado, Levi leva em consideração o privilégio que a família teve de conseguir acesso ao tratamento e a hospitalização, “Eu sei que houve famílias que sofreram muito mais. É difícil pensar que estamos vivendo em meio a tanta injustiça, tantas famílias que foram dilaceradas”, diz.

Na dor da perda, a falta de direito a um velório e a rituais de despedida ainda é um peso. “O que eu mais sinto é não poder velá-los, não estar ali com eles. É uma dor não compartilhada. É muito triste você não poder abraçar, não poder receber conforto”.

“Tudo era eu pela minha mãe e minha mãe por mim”

Mesmo com a falta de conforto até hoje, a jornalista e estudante Marise Catharine de Souza Oliveira encontra forças na memória da mãe para seguir a vida e viver o processo de luto.

Mônica Isabel de Souza Oliveira faleceu em abril do ano passado, aos 55 anos. Ela era diretora de uma escola em São Paulo (SP) e não deixou de trabalhar ao longo da pandemia. Mesmo com as aulas acontecendo remotamente, pelo cargo que ocupava, precisou continuar presencialmente. 

Em março do ano passado, instituições de ensino da cidade começaram a abrir as portas para grupos limitados de estudantes. Nesse período, Marise e a mãe foram infectadas.

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“Nós sempre estávamos juntas, eu só tinha a minha mãe. Minha vida sempre foi eu e minha mãe para tudo. Sou umbandista, me apeguei muito à minha religião. Eu pedi muita força para conseguir passar por aquele momento”, conta.

Com o diagnóstico em mãos, as duas resolveram se isolar em casas separadas. Marise lembra que a mãe disse que o período de separação seriam os piores dias da vida dela. “Eu mal imaginava que seria o começo dos piores dias da minha vida”, relata a filha emocionada.

Mônica piorou e teve que ser internada. Dias depois e sem notícias pelo celular, a família descobriu que ela estava na UTI. “Foi a última vez que eu vi a minha mãe bem. Depois, ela recebeu a visita da secretária dela e pediu para ela cuidar de mim, porque não ia aguentar. No dia seguinte, minha mãe já estava intubada”.

O impacto de se ver sozinha de um dia para o outro ainda não foi amenizado. Marise encontra resistência na memória. Quer dar o nome de Mônica a uma praça no bairro paulistano da Penha, onde a família morava, e dar continuidade ao legado dela na educação

“Minha mãe não está aqui em vida. Mas ela está olhando por mim de outra forma. Isso me motivava e me motiva até hoje para continuar. Se não fosse a força que ela me passa, eu não sei se estaria aqui para contar essa história”.

Mônica faleceu em 7 de abril. No dia 12 seguinte, ela estaria apta a receber a primeira dose da vacina contra o coronavírus. Marise responsabiliza o governo pelo acesso demorado ao imunizante.

“Eu digo que não é só o estado nação representado pelo Bolsonaro, Paulo Guedes e os ministros da saúde que passaram aí que são os culpados. Também tem a responsabilização do João Dória (então governador de São Paulo pelo PSDB). Ele podia ter começado a vacinação antes na saúde, na segurança pública e na educação, setores que continuaram trabalhando sem parar. O estado de São Paulo também é responsável”, afirma.

“Estamos pecando em deixar que essa história seja enterrada”

A psicóloga Tâmara do Amaral Neves, de 29 anos, nasceu em São Paulo, mas passou toda a pandemia em Manaus, onde vive. Na capital do Amazonas, ela observou as consequências do descaso do poder público e da falta de medidas de proteção para a população.

No meio de 2020, o avô do marido de Tâmara foi vítima da doença, e diversas pessoas da família foram infectadas. “Nós tivemos todo o atravessamento da pandemia em Manaus. Uma situação grave em que eu sinto que as pessoas foram expostas quase que para testar a imunidade coletiva. Muita gente contraiu a doença e lá foi devastador”, lamenta.

Ela relata que, em alguns momentos, chegou a ver carros funerários passarem na rua com sirenes ligadas, uma das únicas formas de homenagem a mortos que não puderam ser velados.

Por conta desse cenário, a quarentena de Tâmara foi rígida. Por dois anos, ela viu os pais, que continuaram em São Paulo, em apenas duas ocasiões, uma delas na Páscoa de 2021. 

No mesmo período, o pai da psicóloga decidiu voltar ao  trabalho de feirante. Com um ano de quarentena, as economias não foram mais suficientes para manter a família. Os dois chegaram a receber o Auxílio Emergencial, que também não deu conta das despesas.

Enquanto Tâmara visitava os pais, os três foram infectados e tiveram que ser internados. A mãe, Mariana do Amaral, teve um quadro grave da doença e precisou ser intubada. No 14º dia de internação, um dia depois do próprio aniversário de 57 anos, ela faleceu.

“Minha mãe contraiu covid apenas 21 dias antes de poder ser vacinada. Se um e-mail tivesse sido respondido antes, ela teria sido vacinada e teria muito mais chances de estar aqui comigo hoje do que de não estar”.

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Tâmara ainda estava hospitalizada quando a mãe morreu, e teve alta um dia depois. A partir de então, a vida da família mudou radicalmente. “Eu sou filha única, sou casada, meu marido trabalha em Manaus e, portanto, eu moro lá. Meu pai ficou sozinho para trabalhar e ele tem muita dificuldade com a vida que ficou para ele”.

Um ano após a morte da mãe, Tâmara e o pai ainda lidam com exames e procedimentos para investigar o impacto que a infecção causou nos dois. “Meus pais gastaram boa parte da economia de uma vida inteira para se manter em casa. Aquilo que era para segurança da velhice deles, foi gasto para ficar em casa. Meu pai tomou coragem de trabalhar porque tinha gasto todas as economias. Não tinha mais condição de ficar em casa e topou encarar”, relata.

A psicóloga coloca o colapso sanitário na conta do poder público, “não houve uma gestão inteligente. O que teve foi dizer para a população que ia ter imunidade coletiva e era para estar na rua para todo mundo pegar mesmo. Que era só uma gripezinha”.

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Hoje, a percepção de Tâmara é de que o Brasil nem mesmo sabe quantas mortes realmente a covid-19 realmente causou, e vai ter que conviver com os erros cometidos ao longo da pandemia. Ela percebe um movimento coletivo que evita falar sobre o que aconteceu.

“É fundamental que a gente retome a memória dessas perdas, dessas pessoas individualmente e desse momento coletivo, político e social. Era para termos monumentos com os nomes das pessoas que perdemos, era para termos memoriais. Era para ter um museu sobre isso”, sugere.

A psicóloga percebe na pandemia a repetição de massacres não nomeados, que se repetem na história brasileira. “A gente se adapta. Meu pai se adaptou, aprendeu a fazer um monte de coisas, cresceu em muitas direções e está se fazendo uma pessoa melhor a cada dia. Mas sinto que temos muito trabalho pela frente, para nós, na nossa vida e para toda a sociedade”.

A luta pela reparação

Em abril deste ano, a Avico pediu ingresso na Ação Civil Pública em que o Ministério Público Federal responsabiliza a União pela má gestão ao longo da pandemia. Entre as requisições no processo está o pagamento de indenização aos familiares das vítimas e às vítimas sobreviventes da chamada “covid longa”.

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A associação também ajuizou uma queixa-crime contra o presidente Jair Bolsonaro, com base no que classifica “inércia formal e material” do Procurador-Geral da República, Augusto Aras. Em junho do ano passado, a Avico protocolou uma outra representação criminal que nunca foi respondida por Aras.

“Não iremos fazer de conta que as mortes pela covid-19 foram um acaso. Quando na verdade, sabemos que houve uma desvalorização intencional dessas vidas. E usaremos todas as medidas cabíveis para responsabilizar o Estado brasileiro e Jair Bolsonaro pelas mortes da pandemia de covid-19”, enfatiza a presidenta da Associação, Paola Falceta.

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Projeto ELO Jovem promove reflexão sobre relacionamentos saudáveis com estudantes da rede pública

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A Coordenadoria Municipal da Juventude realizou nesta semana o sexto encontro do Projeto ELO Jovem, que tem como foco principal o fortalecimento da saúde mental entre os estudantes das escolas públicas de Caxias do Sul. A iniciativa é desenvolvida mensalmente e, em alusão ao Dia dos Namorados, o tema abordado na edição de junho foi “relacionamentos saudáveis”.

A atividade ocorreu com alunos do 1º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Irmão Guerini. Eles receberam a equipe da Coordenadoria da Juventude e a psicóloga Bianca Lima, parceira do projeto e responsável pela condução dos encontros.

Durante a ação, a psicóloga propôs uma conversa aberta e reflexiva sobre temas como relacionamentos abusivos, romantização da violência e construção de vínculos baseados no respeito mútuo. A abordagem foi realizada em uma linguagem psicoeducativa e acolhedora, favorecendo a identificação de comportamentos de risco e atitudes saudáveis nas relações afetivas.

Segundo o coordenador municipal da Juventude, Maxwel Abreu, o Projeto ELO Jovem foi uma das primeiras ações implementadas pela Coordenadoria em 2025. “Começamos ainda em janeiro, com a campanha do Janeiro Branco. A ideia é que a cada mês o projeto dialogue com uma temática relacionada à saúde mental, muitas vezes alinhada com datas que podem gerar reflexões ou até mesmo despertar dores e comportamentos sensíveis entre os jovens”, explica.

A psicóloga Bianca Lima destacou a importância de discutir o impacto das redes sociais na construção dos relacionamentos entre os jovens. “Um dos grandes desafios é o excesso de comparação e a sensação de competição que as redes acabam promovendo. Por isso, é fundamental falarmos sobre o uso consciente e responsável desses espaços virtuais”, afirma.

O vice-diretor do turno da manhã da Escola Irmão Guerini, professor André da Rosa, avaliou a atividade de forma muito positiva. “A ação foi extremamente relevante e necessária. Agradecemos pela integração da escola com essa proposta tão importante para a formação dos nossos alunos. É fundamental que esses temas sejam discutidos dentro do ambiente escolar”, afirmou. O vice-diretor da escola também destacou a importância da continuidade dessas iniciativas, reforçando que a parceria com a Coordenadoria da Juventude é bem-vinda e que abre espaço para um diálogo mais humanizado com os jovens, promovendo um ambiente escolar mais saudável e acolhedor.

O encontro de junho reuniu cerca de 75 estudantes, número que tem se mantido constante em comparação com as edições anteriores. O projeto busca instrumentalizar a juventude com ferramentas para reconhecer, enfrentar e superar os desafios emocionais cotidianos, promovendo uma cultura de autocuidado, empatia e prevenção.

A Coordenadoria Municipal da Juventude segue comprometida com a promoção de ações que aproximem o poder público dos jovens, garantindo escuta ativa, apoio psicossocial e o fortalecimento de vínculos saudáveis dentro e fora da escola.

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Projeto-piloto oferece oficinas gratuitas de arte a jovens do bairro Primeiro de Maio, em Caxias do Sul

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Instituto Elisabetha Randon mediou soluções para viabilizar início das atividades neste ano

A rotina dos alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Abramo Randon, em Caxias do Sul, ganhou um novo significado com a chegada do projeto ‘Oficinas de Artes Integradas Vem Somar’. Realizada no contraturno escolar desde março deste ano, a iniciativa oferece gratuitamente oficinas de desenho, fotografia, práticas musicais, dança, tecnologia, circo e expressão corporal a jovens entre 10 e 16 anos, especialmente moradores do bairro Primeiro de Maio.

O projeto é realizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), com patrocínio de Randoncorp, Carburgo Veículos, Mebrafe, Hyva do Brasil, Fusopar e Sul-Corte, apoio institucional da CIC Caxias, 4ª Coordenadoria Regional de Educação e Instituto Elisabetha Randon, produção cultural da Capta Ação Consultoria e Projetos e coordenação do Grupo Uniftec.

Esta é a primeira edição do projeto, em caráter piloto, e teve início em 10 de março. Ao longo de quase três meses de atividades, as 25 vagas distribuídas em cinco turmas semanais foram totalmente preenchidas por estudantes da própria comunidade. O Instituto Elisabetha Randon teve papel fundamental na viabilização do projeto, atuando como ponte entre o Grupo Uniftec e a Escola Abramo Randon.

“O ambiente escolar precisava de algo que ocupasse as crianças além do horário de aula. Muitos passavam o dia nas ruas, expostos a riscos e à criminalidade. As oficinas chegaram para preencher uma lacuna importante”, afirma a diretora da escola, Márcia Hahn Rosa.

As atividades são conduzidas por professores vinculados ao Grupo Uniftec e contam com coordenação pedagógica da própria escola. Ao final, os participantes com frequência mínima recebem certificados.

Mais do que oferecer atividades artísticas, o ‘Oficinas de Artes Integradas Vem Somar’ amplia horizontes e fortalece o senso de pertencimento e cidadania entre os participantes. Para Wesley, 14 anos, aluno do nono ano e apaixonado por fotografia, o projeto se conecta com um sonho de futuro. “Quero ser repórter e contar histórias. Fiquei feliz em saber que as oficinas são gratuitas, porque eu não conseguiria participar.” Já Elise, 12 anos, encantou-se com as práticas musicais: “Gosto muito das aulas com o professor Nino. É divertido e estou aprendendo bastante.” O mais jovem da turma, Juan, de 11 anos, resume a transformação de forma simples e sincera: “No começo eu não gostava de passar o dia todo na escola, mas agora aprendo coisas diferentes e ainda fico mais tempo com meus amigos.”

Ao garantir o direito à cultura, previsto no artigo 215 da Constituição, o projeto reafirma o poder transformador da arte na vida de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.

Sobre o Instituto Elisabetha Randon

Organização da Sociedade Civil com Interesse Público (OSCIP), o Instituto Elisabetha Randon (IER) promove a cidadania e o desenvolvimento social, por meio de ações direcionadas à educação, à cultura, à assistência social e ao estímulo à prática do voluntariado.

Desenvolve suas ações por meio dos programas Vida Sempre, Florescer, Iniciação Profissional, Ser Voluntário e Memorial Randon, além de projetos financiados por leis de incentivo. O Instituto Elisabetha Randon é mantido pela Randoncorp e seus funcionários e coordena os programas sociais da companhia voltados à comunidade.

Sobre a Randoncorp

Multinacional brasileira referência em soluções que facilitam a vida das pessoas por meio da mobilidade, a Randoncorp tem presença global fundamentada na qualidade, na inovação e na ética nos negócios. Com mais de 50 operações ao redor do mundo, alcança mais de 125 países com a comercialização de suas soluções e mantém liderança nos mercados de suas cinco verticais de negócios complementares. São cerca de 19 mil colaboradores.

A Randoncorp desenvolve, produz e comercializa autopeças e serviços para o controle de movimentos, com portfólio completo para sistemas de frenagem, suspensão, transmissão e direção, por meio da Frasle Mobility, e para aplicações em veículos comerciais, por meio das marcas Suspensys, Castertech, Master e JOST Brasil. A Companhia também atua como montadora e está entre as dez maiores fabricantes de semirreboques do mundo, por meio da marca icônica Randon, com a mais completa linha de equipamentos para o transporte terrestre de cargas.

A Companhia conta, ainda, com a Rands, Plataforma de Soluções Financeiras e Serviços, que atende aos setores de transporte e logística, mercado de reposição, agronegócio, varejo, tecnologia e inovação.

O grupo impulsiona pesquisas em materiais, nanotecnologia e eletromobilidade e cria soluções em automação e robótica industrial com o Centro Tecnológico Randon (CTR), a NIONE e a Auttom.

Com o propósito de conectar pessoas e riquezas, gerando prosperidade, atua na transformação social com iniciativas realizadas pelo Instituto Elisabetha Randon e incentiva a pesquisa científica por meio do apoio ao Instituto Hercílio Randon. Faz parte do Nível 1 de Governança Corporativa da B3, figurando entre as maiores empresas privadas brasileiras.

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Mais de 103 mil doses da vacina contra a gripe já foram aplicadas em Caxias do Sul

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Foto por Ricardo Rech

Com horários estendidos nas UBSs, ações em escolas e em lar de idosos, número de pessoas imunizadas aumentou

Desde o início da campanha de vacinação contra a gripe, 103.348 mil doses já foram aplicadas no município. Em relação ao público-alvo, foram vacinados 41% de gestantes, crianças e idosos. São grupos considerados mais vulneráveis a desenvolver casos mais graves, que consequentemente, podem levar a sérias complicações. Até o momento, Caxias do Sul conta com 152 hospitalizações por influenza.

Além das UBSs, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), já vacinou cerca de mil pessoas entre funcionários e idosos de Instituições de Longa Permanência. Também orientou os seis hospitais e as duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) para que aplicassem a vacina em seus funcionários. Além disso, foram realizados dois dias D de vacinação na Praça Dante Alighieri.

A SMS ressalta que ações de vacinação fora das UBSs, ou seja, em outros locais e espaços da comunidade, têm como intuito facilitar o acesso da população que por algum motivo não consegue se deslocar até as Unidades Básicas de Saúde.

Importante destacar que equipes das UBSs, que fazem visita domiciliar, consideradas um importante instrumento para a atenção primária à saúde, já aplicaram a vacina contra a gripe em todos os pacientes acamados.

Ações com aplicação de vacina já foram realizadas em empresas, escolas municipais e estaduais, em espaços de acolhimento de crianças e adolescentes que se encontram em situação de risco social, em comunidade terapêutica e no Centro Universitário Uniftec. Além disso, servidores da Prefeitura e da Câmara Municipal também foram vacinados, visando o cuidado com a própria saúde e, por consequência, para atender a população com mais segurança.

“Salientamos a importância da questão vacinal, principalmente para os grupos prioritários. Atualmente, nossa cobertura vacinal está em 41% desta população. Viemos vacinando um quantitativo expressivo da população geral, mas reforçamos a necessidade específica desses grupos estarem vacinados, principalmente pensando na questão de evitar internações, complicações de quadro respiratório, inclusive até o óbito,” destaca a diretora técnica da Vigilância Epidemiológica da SMS, Magda Beatris Teles.

No dia 14 de junho, sábado, das 10h às 16h, duas equipes da SMS estarão aplicando as vacinas no Shopping Villagio. Já no dia 16 de junho, uma equipe da UBS Mariani estará vacinando no Stok Center, ao lado da Havan, das 16h30 às 21h.

A vacina contra a influenza está disponível para toda a população. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira das 8h às 16h. Atenção para as UBSs que atendem com horário estendido: Reolon e Vila Ipê, das 8h às 19h; e Cinquentenário, Eldorado, Esplanada,Cruzeiro e Desvio Rizzo, das 8h às 20h.

A SMS alerta a população de que as medidas de prevenção são tão importantes quanto a vacinação, pois também ajudam a reduzir o risco de transmissão da gripe.

Medidas de Proteção Contra a Gripe:

Pratique a etiqueta da tosse – ao tossir ou espirrar, cubra o nariz e a boca com um lenço descartável ou com o braço, nunca com as mãos;

Mantenha distância segura de pessoas com sintomas gripais, sempre que possível. Recomendamos pelo menos 1,5 metros;

Higienize as mãos frequentemente, com água e sabão ou álcool em gel, especialmente se for tocar no rosto ou em outras pessoas;

Vacine-se anualmente contra a gripe, principalmente se faz parte de grupos prioritários;

Use máscara, caso esteja com sintomas gripais e precise estar próximo de outras pessoas, principalmente crianças, idosos e pessoas imunossuprimidas;

Procure atendimento de saúde, em caso de febre, mal estar intenso ou falta de ar.

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