Política
Com combustível caro, Petrobras vira a empresa que mais paga acionistas no mundo
Publicado em
10 meses atrásem

Estatal corta investimento para remunerar investidores, que são principalmente estrangeiros
A mistura de combustíveis caros com investimentos baixos tornou a Petrobras a empresa do mundo que mais distribuiu dividendos a seus acionistas no segundo trimestre deste ano. O dado foi calculado pela gestora de investimentos Janus Henderson e divulgado nesta quarta-feira (25) pelo site InfoMoney.
Segundo a gestora, a Petrobras pagou a seus acionistas US$ 9,7 bilhões (quase R$ 50 bilhões) em proventos (remunerações). Com isso, superou a gigante de alimentos Nestlé, da Suíça, e a mineradora anglo-australiana Rio Tinto no ranking das maiores pagadoras.
::Petrobras corta investimento e vende patrimônio para fazer pagamento recorde a acionista::
Essa é a primeira vez que a Petrobras aparece com destaque no relatório elaborado todo trimestre pela Janus Henderson. É também a única empresa brasileira a figurar entre as dez maiores pagadoras de proventos do mundo.
No segundo trimestre de 2021, a estatal havia distribuído US$ 1 bilhão em proventos. Não estava entre as dez maiores pagadoras do mundo. Naquele período, a mineradora Vale ocupou a nona posição no ranking.
Mais dividendos que lucro
Dividendos são uma parcela de lucros que uma empresa distribui a seus acionistas, que no caso da Petrobras são 44% estrangeiros. A estatal, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), tem acumulado lucros recordes e, consequentemente, pagado cada vez mais aos seus investidores.
Durante este governo, inclusive, a empresa se dispõe a pagar a acionistas mais do que ela lucra, incluindo no repasse dinheiro de seu caixa e arrecadado com a venda de patrimônio.
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Só no primeiro semestre deste ano, por exemplo, a Petrobras já lucrou R$ 98 bilhões. Esse valor é altíssimo para o histórico da empresa, apenas 7% abaixo dos R$ 106 bilhões que ela lucrou durante todo o ano passado – recorde para a estatal.
Ainda assim, a companhia decidiu repassar a seus acionistas mais do que isso. Foram R$ 136 bilhões em dividendos referentes à sua atividade no primeiro semestre, ou seja, 138% do lucro líquido da empresa. Isso quer dizer que a cada R$ 1 que a Petrobras lucrou, R$ 1,38 foram distribuídos aos donos de suas ações.
De acordo com monitoramento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), isso nunca havia acontecido antes. De 1995 a 2019, primeiro ano da gestão Bolsonaro, a Petrobras tinha repassado a seus acionistas, em média, 30% do seu lucro num ano, chegando a no máximo 54%, em 1996.
Leia mais: Investidores ganham poder e passam a supervisionar preços dos combustíveis da Petrobras
Investimento em queda, preço em alta
“É estarrecedor. Tamanha relação entre dividendo-lucro jamais foi vista”, criticou o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar. “Ao abrir mão de sua capacidade de geração de caixa para distribuir a seus acionistas, a Petrobras reduz seu capital, seu patrimônio, e diminui sua possibilidade futura de investimento.”
De fato, os investimentos da Petrobras já caíram mais de 30% de 2018 a 2021, período que coincide com o do governo de Bolsonaro. No ano passado, foram US$ 8,7 bilhões em investimentos. Isso é 81% a menos do que o recorde registrado em 2013, durante o governo de Dilma Rousseff (PT). Naquele ano, foram investidos US$ 48 bilhões.
Leia mais: Em menos de quatro anos com Bolsonaro, combustível sobe quase o mesmo que em 13 de PT
Em compensação, o preço dos combustíveis tem subido. Só o diesel vendido pela Petrobras à distribuidoras, já aumentou mais de 150% durante a gestão Bolsonaro –ou seja, mais que dobrou de valor. E isso aumenta os lucros e dividendos dos acionistas.
“Esse nível de dividendos é baseado nos maiores preços de derivados da história da empresa”, explicou o economista Eric Gil Dantas, do Observatório Social do Petróleo (OSP). “Isso é péssimo para a economia brasileira, pois aumenta preços, empobrecendo a população, e desacelera a dinâmica de crescimento econômico, pois as receitas da empresa viram dividendos em detrimento de novos investimentos.”
:: Eleições de 2022 devem definir privatização ou preservação de estatais :
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Política
Município obtém indicação de recursos no Orçamento da União de quase R$ 2,5 milhões
Publicado em
4 dias atrásem
05/06/2023
Prefeito Adiló Didomenico recebeu informação da deputada federal Denise Pessôa, autora da iniciativa
Quase R$ 2,5 milhões em recursos de programas do governo federal para Saúde e Assistência Social com destino a Caxias do Sul foram indicados ao Orçamento Geral da União 2023. Na prática, significa que o aporte para diferentes rubricas destas áreas (veja abaixo) deve chegar ao município já este ano. O prefeito Adiló Didomenico foi informado da novidade na tarde desta sexta-feira (2), pela autora da proposta, a deputada federal Denise Pessoa.
Para a saúde, a expectativa é de que sejam beneficiados o Centro Clínico da UCS – Ceclin (R$ 200 mil); o Hospital Geral (R$ 280 mil); o Hospital Pompeia (R$ 390 mil); o Hospital Virvi Ramos (R$ 390 mil) e a própria Secretaria Municipal de Saúde (R$ 390 mil). Já na esfera do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), as indicações para verbas estão endereçadas ao Lar da Velhice São Francisco de Assis (R$ 550 mil) e à Fundação de Assistência Social (FAS – com R$ 295 mil).
“Ficamos extremamente agradecidos por este gesto, porque são recursos de extrema importância para duas áreas bastante sensíveis do município e cuja demanda vem crescendo de forma muito acelerada desde a pandemia e com a disparada das migrações”, declarou o prefeito Adiló Didomenico.
Na ocasião, além do chefe do Executivo municipal e da congressista, estiveram presentes a chefe de Gabinete do Município, Grégora Fortuna dos Passos, a presidente da Fundação de Assistência Social, Geórgia Ramos Tomasi, a secretária municipal da Saúde, Daniele Meneguzzi, as vereadoras Estela Balardin e Rose Frigeri e o vereador Lucas Caregnato.
Fotos: Daniela Xu
Política
O Brasil saiu perdendo ao investir em obras na Venezuela?
Publicado em
4 meses atrásem
09/02/2023
veja o vídeo abaixo e tire suas conclusões!!!
Política
Brasil retoma demarcações de terras indígenas após quatro anos de paralisação
Publicado em
5 meses atrásem
10/01/2023
Governo Lula vai homologar 13 terras indígenas; entenda gargalos e desafios para continuidade das demarcações
O recém-criado Ministério dos Povos Indígenas, sob o comando de Sonia Guajajara (PSOL), pretende encaminhar para conclusão, nos primeiros meses de governo, processos demarcatórios de 13 terras indígenas nas regiões Norte, Nordeste, Centro Oeste e Sul.
São territórios marcados por conflitos pela posse da terra e que já cumpriram todas as etapas da regularização, livres de entraves judiciais. Aguardavam apenas a homologação por parte do Executivo, até então refém da política anti-indígena do governo de Jair Bolsonaro (PL).
Na prática, a homologação garante aos povos originários direitos plenos sobre a terra, a posse permanente e o uso exclusivo dos recursos naturais. Também viabilizam o acesso a políticas públicas e têm o potencial de pacificar disputas violentas entre indígenas e não indígenas.
Confira a lista de áreas a serem homologadas e os municípios:
- Aldeia Velha em Porto Seguro (BA)
- Kariri-Xocó em Porto Real do Colégio (AL)
- Potiguara de Monte-Mor em Rio Tinto (PB)
- Xukuru-Kariri em Palmeira dos Índios (AL)
- Tremembé da Barra do Mundaú em Itapipoca (CE)
- Morro dos Cavalos em Palhoça (SC)
- Rio dos Índios em Vicente Dutra (RS)
- Toldo Imbu em Abelardo Luz (SC)
- Cacique Fontoura em São Félix do Araguaia (MT)
- Arara do Rio Amônia em Marechal Thaumaturgo (AC)
- Rio Gregório em Tarauacá (AC)
- Uneiuxi em Santa Isabel do Rio Negro (AM)
- Acapuri de Cima em Fonte Boa (AM)
Novo momento dos indígenas na política
Para esses territórios, os próximos passos são a expulsão de invasores, além do reassentamento e indenização de não indígenas que tenham ocupado de boa fé as áreas demarcadas, como comunidades ribeirinhas e outros habitantes tradicionais dos biomas.
Especialistas ouvidos pelo Brasil de Fato afirmam que as homologações inauguram um novo momento da política brasileira e são fruto de um grau sem precedentes de participação dos povos indígenas na atuação do Estado.
“Essa é um novidade histórica”, avalia Marcio Santilli, fundador do Instituto Socioambiental (ISA) e ativista pelos direitos indígenas há 40 anos.
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“Não é mais uma política indigenista, como no passado. Agora são lideranças indígenas legítimas, reconhecidas no âmbito do movimento indígena, que passam a exercer funções de Estado”, observa Santilli.
As medidas dão concretude à promessa de campanha feita por Lula de fazer cumprir os direitos constitucionais dos povos indígenas. E são acompanhadas de mudanças importantes na Fundação Nacional do Índio (Funai), que passou a se chamar Fundação Nacional dos Povos Indígenas e, pela primeira vez, é presidida por uma mulher indígena, Joenia Wapichana.
Homologações estavam na gaveta de Bolsonaro
A homologação das 13 terras indígenas havia sido sugerida pela equipe de transição do governo federal. A gestão Bolsonaro foi marcada pela completa paralisação da regularização de terras indígenas, conforme o então candidato havia prometido durante a campanha eleitoral de 2018.
“O que esses 13 processos estavam fazendo na gaveta que não foram homologados? Isso demonstra um explícito desejo do ex-presidente de descumprir a Constituição. Na verdade, o presidente Lula está retomando o cumprimento dos preceitos constitucionais”, aponta Santilli.
Sonia Guajajara, Joenia Wapichana e Weibe Tapeba: respectivamente os novos titulares da Funai, do ministério dos Povos Indígenas e da secretaria de Saúde Indígena
:: Primeira semana de Lula lança luz a luta dos povos originários; confira nomeações indígenas ::
As terras indígenas prontas para homologação abrangem, juntas, cerca de 8,4 mil km², o equivalente a mais de cinco vezes a cidade de São Paulo (SP).
Segundo o ISA, 32% das 676 terras indígenas do Brasil ainda não foram homologadas e estão em etapas anteriores do processo demarcatório.
Novo ministério deve priorizar Guarani Kaiowá, defende indigenista
“Cada uma das 13 terras indígenas que serão homologadas têm histórico de muita guerra e muita luta”, destaca a antropóloga Barbara Arisi, da Universidade Livre de Amsterdam.
“A Morro dos Cavalos em Florianópolis (SC), por exemplo, já era pra ter sido demarcada há muitos anos. E o estado de Santa Catarina é extremamente anti-indígena, então tem um significado muito importante”, comemora a indigenista.
O primeiro esforço demarcatório do governo Lula foi celebrado por Arisi. Mas ela aponta que regiões importantes ficaram de fora, como as terras Guarani Kaiowá no Mato Grosso do Sul, que passam por uma escalada de conflitos e mortes de indígenas.
Saiba mais: “Que esse governo retome o que nos pertence”, dizem mulheres Kaiowá e Guarani em carta a Lula
“O Mato Grosso do Sul é uma área de conflito onde eu acho que realmente o Ministério dos Povos Indígenas vai provavelmente colocar toda a sua força para também fazer andar as demarcações e resolver a situação de extrema violência”, diz.
“Tomara que isso aconteça rápido, antes que os criminosos ambientais se organizem do lado de lá. Os trabalhos de demarcação podem demorar 10, 15, até 20 anos”, ressalta.
Pronta para homologação, área do “marco temporal” ficou de fora
Clovis Brighenti, indigenista e professor de História das Sociedades Indígenas na América Latina da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), sentiu falta da terra indígena Ibirama La-Klãnõ na lista das primeiras homologações do governo Lula.
Habitada pelos Xokleng, a área é objeto da ação do chamado marco temporal das terras indígenas, julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O julgamento foi adiado pela terceira vez em junho do ano passado.
“Reconhecemos e respeitamos a decisão da comissão de transição que analisou as homologações, mas não há qualquer impedimento legal para a homologação deste território”, diz Brighenti.
“A decisão [de não homologar a terra indígena Ibirama La-Klãnõ] pode ter levado em consideração o julgamento do marco temporal. Mas teria sido importante ela ter entrado na lista das terras a serem homologadas”, avalia.
Empecilhos para continuidade das homologações
O novo governo encontrará desafios significativos para prosseguir com a agenda de regularização de terras indígenas. Muitas delas estão travadas por ações judiciais protocoladas por não indígenas que se concederam legítimos ocupantes das terras. Há inclusive disputas protagonizadas por grades fazendeiros e empresas multinacionais.
Marcio Santilli, do Instituto Socioambiental, sugere um esforço jurídico concentrado por parte da Advocacia-Geral da União, no sentido de destravar as demarcações paralisadas pela Justiça.
“Mas a verdade é que houve um corpo mole imenso por parte do último governo federal em todos esses níveis. Agora tudo isso pode ser agilizado. É preciso criar instrumentos para poder superar os gargalos que existem dentro dos processos demarcatórios”, afirma.
:: Dossiê inédito revela como Bolsonaro transformou a Funai em um órgão anti-indígena ::
Outro empecilho a ser superado é a paralisação de estudos demarcatórios conduzidos por grupos de trabalho no âmbito da Funai. O déficit de servidores do órgão indigenista, que atingiu níveis críticos sob Bolsonaro, contribui para a morosidade desses procedimentos. E nem sempre há estudos antropológicos prévios que atestem a presença ancestral indígena.
“As demarcações são simplesmente estabelecer os limites da terra. Tem toda uma agenda gigante, que é também de alto interesse nacional, que é a gestão desses territórios. Tem muita coisa pela frente para ser feita”, projeta o fundador do ISA.

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